Tantas
vezes te vi assim, desnudada... E, nesses momentos, tens outra beleza,
diferente, mas de igual modo atraente aos meus olhos.
Tantas
vezes te vi assim, desnudada... E, confesso, não me canso de ficar encantado,
perplexo, a olhar o teu porte enorme, austero e simples.
Tantas
vezes te vi assim, desnudada... E, mesmo quando te despojas das tuas roupagens,
com suaves gestos ou com movimentos bruscos dos teus braços, apercebo-me que continuas
segura de ti e orgulhosa das tuas origens com centenas de anos.
Tantas
vezes te vi assim, desnudada... E interrogo-me sempre como consegues esperar
pela moda da primavera/verão, a fim de adornar os contornos do teu corpo com
novas rouparias de cores sempre iguais e sempre diferentes.
Tantas
vezes te vi assim, desnudada... E, em cada ocasião, a dor da despedida é tão
intensa que apenas a consigo mitigar com a saudade que logo sinto para voltar a
ver-te assim, desnudada…
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