Ao ver aquele conjunto de objectos de ferro, já um
pouco carcomidos pelo tempo, cravados na pedra da parede daquela casa, não
resisti a focar a objectiva da máquina e… “click”! E ao centrar a minha atenção
na peça central, a sua forma, agora mutilada talvez devido ao uso e ao correr
dos anos, levou-me para memórias com algumas décadas…
...
Uma cozinha de casa de aldeia, ampla, com banco
corrido encostado em perpendicular ao meio de uma das paredes. Na lareira, umas
achas de pinheiro, já quase em cinzas, ainda dão calor a uma panela de ferro de
tripé, onde um caldo de couves e courato aquece lentamente. E, junto da
lareira, uma anciã, de porte alto e cara austera, com roupas de tons escuros, sentada
num mocho de madeira com três pernas, remexe o caldo com uma concha de ferro na
mão direita, enquanto a outra segura uma malga.
...
Olho a foto e interrogo-me: aquela era a concha da
anciã?... Porque não?! Com as voltas e reviravoltas que damos às coisas…
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