segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Até quando haverá comida?


Estima-se que a produção mundial de alimentos seja suficiente para dar de comer a toda a gente. Mas, apesar disso, há fome em muitos lugares do mundo, com mais incidência em países de África e da Ásia. E, embora não sejam as únicas causas, tal acontece devido ao imenso desperdício de excedentes dos países ricos e à falta de ajuda desinteressada desses mesmos países aos países pobres.

Mas, num futuro próximo, o problema será ainda mais grave do que a distribuição desigual de alimentos. É que, nos últimos anos, vários estudos internacionais registam nas suas conclusões que, dentro de poucas décadas, haverá falta de comida a nível mundial. E aí todos os países, ricos ou pobres, sofrerão as consequêcias dessa situação.

A ideia deste post surgiu-me ao ler um artigo, na secção Mais//Ciência, da edição do jornal i do dia 19 deste mês, onde se refere que "um novo relatório internacional sobre o impacto das alterações climáticas prevê situações dramáticas de escassez de alimentos já em 2020".

O relatório em causa foi produzido por uma equipa de investigadores de uma ONG, com sede em Buenos Aires, que, após actualizarem "os últimos dados sobre clima, produção agrícola e aumento populacional", chegaram à conclusão que "as colheitas de trigo, arroz e milho vão ficar até 14% aquém da procura, dado que, além das quebras na produção, prevê-se que a população mundial atinja os 7,8 mil milhões de pessoas, mais 900 milhões". Mais à frente, salienta-se que o "relatório valida as previsões sobre o aumento de preços dos cereais, cerca de 20%, e também dos índices de fome a nível mundial para uma em cada cinco pessoas". Sugere-se ainda que as "mudanças nas dietas alimentares são vistas por isso como uma opção", pelo que é aconselhável substituir o consumo de cereais por tubérculos como a batata e aumentar o consumo de vegetais e leguminosas, como fonte alternativa de proteínas. E em termos de alerta diz-se que "o preço da inércia pode ser devastadoramente alto, não só para as gerações futuras como para esta".

Aquele artigo veio ao encontro do que, através da televisão ou de leituras, tenho registado acerca deste tema nos últimos anos. Agora ando a ler o livro O Fim da Comida, escrito em 2008 por Paul Roberts [é o autor de O Fim do Petróleo, de 2005]. Na capa, muito sugestiva e em sintonia com o título ao mostrar um garfo e uma faca ao lado de um prato com uma única ervilha, pode ler-se que "os cientistas afirmam que vai faltar comida e que seremos todos vegetarianos em 2050".

Da sinopse daquele livro retiro este trecho: "Sobressai uma inquietante realidade: o aumento da produção alimentar em larga escala está a atingir o ponto de ruptura; está a criar novos riscos de surtos de doenças transportadas nos alimentos, como a gripe das aves; a qualidade nutricional é cada vez menor; a prática de uma agricultura com utilização intensiva de produtos químicos compromete os solos e a água de uma forma irreversível. Enquanto um bilião de pessoas no mundo tem peso a mais, outras tantas não tem o suficiente para comer".

Daí a minha preocupação: até quando haverá comida?


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Chamo a polícia?


Há dias fui almoçar a um restaurante aqui no Porto, perto de casa. Na mesa ao lado estava um casal mais ou menos da minha idade. A dada altura, juntou-se ao casal alguém mais jovem que reconheci de imediato. Era um dos elementos da banda Trabalhadores do Comércio [no momento não me recordei do nome dele, mas agora sei que se tratava do Sérgio Castro].

Isto não daria lugar a este post se não fosse o meu modo brincalhão de estar com a vida e com as pessoas. É que, depois do empregado me entregar a conta, lembrei-me de uma das canções daquela banda. E, então, virei-me para o músico e saiu-me mais ou menos isto:

- Desculpe estar a interrompê-los, mas é que tenho aqui a conta do almoço e não me apetece pagá-la. Que me aconselha?... Chamo a polícia?

E pela simpatia do Sérgio Castro em aceitar, com uma risada, aquela brincadeira, aqui fica o vídeo e a letra da canção a que me quis referir.





Ero dez p'rá uma no restaurante
Almoçaba alarbemente
A meio do café um garçom pedante
Chigou-se e pos-ma conta frente
Atom bubi o brande todo dum trago,
Berrei pró home num pago, num pago;
O gaijo braunco chamou o girente,
Saltei pa trás, saquei, saiu o pente...
Pra num andare cadeiras pru are,
Atom pus-ma gritare:

Chamem a policia, chamem a policia,
Chamem a policia queu num pago.

Fui ber Lisboa à noite
Parei no Russio
Numa noite sem frio.
Mandei bir uma cola
E um gradanapo
E o cara de sapo
Pediume logo o taco o malcriadom
Num me cuntibe passeilhe um sermom
Disse qu'era uso da cunfeitaria
Qu'era mais siguro no tempo que curria.

Chamem a policia, chamem a policia
Chamem a policia, chamem a policia

domingo, 23 de janeiro de 2011

Já votei!


Já votei! Sim, hoje já votei. Mas não me sinto satisfeito com o que fiz.

Não votei em branco nem rasurei o boletim de voto. E isto quer dizer que optei por um dos candidatos. Ou seja, votei em quem, assim o creio, defende alguns dos valores com os quais oriento a minha vida.

Mas, confesso, votei sem convicção. Votei desiludido com a derrapagem económica e social do nosso país. Votei sem a "pica" de alegria e de esperança das primeiras eleições após o 25 de Abril. Votei triste porque sei que o meu voto não vai ter peso no futuro do país. E, por isso, não estou satisfeito com o que fiz.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Olá mãe!


Ontem foi o segundo dia mais triste da minha vida. Dezassete anos e dezassete dias depois do primeiro.

Mas os dias tristes também fazem parte da vida. E a vida continua!... É por isso que continuo a dizer:

- Olá mãe!