sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Aí vem o 2011!





Todos os analistas económicos dizem que, no próximo ano, teremos de apertar o cinto. Isto, como é evidente, para quem ainda o pode fazer, dado que há muita boa gente que já não tem mais furos no cinto.

Sem pessimismo, mas com o realismo da situação económica e financeira do país, que nos é apresentada todos os dias através dos artigos dos jornais ou das notícias da rádio e da televisão, aqui ficam os meus votos do melhor possível para cada um de nós no próximo ano.

E se não for o melhor possível, ao menos que haja saúde!





Aí vai o 2010!




Cansado e a dar os últimos ais, aí vai o


 
 

Não voltes, ok?

domingo, 26 de dezembro de 2010

Noite de consoada



Era uma vez... uma noite de consoada.

Mas este conto não vem dos tempos antigos, como é normal quando se começa com "era uma vez...". Não, a história desta noite de consoada é recente, aconteceu há dias.

Naquela noite, o Zacarias sentou-se à mesa para o jantar de consoada. Trata-se de um homem com quase sessenta anos e um rosto em que se notam as rugas deixadas pela marcha do tempo. Não se encontrava sózinho para consoar, tinha a companhia de um familiar. Na mesa, havia de tudo o que era habitual nesta quadra natalícia, como se fosse em casa dos pais quando era pequeno. Nas travessas, estavam os lombos de bacalhau, as pencas e as batatas, tudo cozido, e depois, no prato de cada um, regado com molho de azeite e alho. Ao contrário dos outros anos, em que se bebia um maduro branco, esta noite foi aberta uma garrafa de tinto da zona do Dão. Para a sobremesa, haviam rabanadas, sonhos, aletria, bolo-rei e outros doces.

Mas o Zacarias não estava contente naquela noite. Até se poderia dizer que estava com um ar triste, o que aliás não era diferente do seu estado de espírito das últimas consoadas. As razões para a sua tristeza eram bem dele e não as manifestava a ninguém. O certo é que ultimamente andava cada vez mais fechado em si mesmo e, devido a isso, já manifestava tiques de velho taciturno e resmungão. E isto era uma situação que ele não queria de modo algum, pois sempre pensou que não gostaria de tornar-se um velhote rezingão.

Como poderia ele evitar aquele crescendo de atitudes negativas? O que poderia fazer? Como é que voltaria a ser o homem alegre e de bem com a vida com era antes? Estava farto de pensar no assunto. E quanto mais tempo dedicava a analisar o seu modus vivendi na última década, mais convicto ficava que teria de dar uma volta de 360 graus à sua vida, de virar do avesso muitas das atitudes e das vivências que teve nos últimos anos.

E quando é que o Zacarias irá tomar uma resolução naquele sentido? Nos próximos meses, pensa ele.

Na noite de consoada do próximo ano saberemos se o conseguiu.

...


- E pronto, Tiago, chegou ao fim a história da noite de consoada do Zacarias que...

- Ó Nando, eu sei que o Zacarias não existe, é tudo da tua imaginação.

- Pois... às tantas tens razão!


sábado, 4 de dezembro de 2010

E já lá vão 4 anos!


E já lá vão 4 anos! Foi neste mesmo dia, do ano de 2006, que este sítio foi lançado à blogosfera.

Mas 2010 foi para este blogue mais um ano de crise, que já se vinha a notar durante o ano anterior. E se não fossem tomadas medidas drásticas no que respeita a textos publicados, o ano em curso seria um dos piores desde que o blogue foi criado.

Houve pressões externas para recorrer aos apoios do FMI [Fundo Manuscrito Internacional] e do BCE [Banco Central de Escrita], a fim de se cobrir o déficit em que o blogue estava cada vez mais mergulhado desde o primeiro quadrimestre.

Todavia, consegui aguentar o "tretas e... outras" sem recurso a apoios externos. O mês de Novembro passado foi o ponto de partida para a recuperação. A ver vamos se vai continuar neste sentido.

E a todos vós, visitantes, que trazeis a vossa simpatia até este espaço, o meu imenso: obrigado!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Galinha das nozes


Não se trata da galinha dos ovos de ouro, nem coisa que se pareça em valor. Mas que é uma galinha, mesmo que estilizada na forma, disso não há dúvidas. E no seu bojo, em vez de ovos de ouro, encontramos nozes.

E esta, hã?


Esquisitice?


Havendo mais de meia dúzia de colheres de café cá em casa, no entanto é esta que normalmente utilizo para mexer o açúcar na chávena do café. Torcida e desfigurada do seu formato original, é a minha colher preferida para aquela tarefa.

Esquisitice?

Zap?!...


Zap?... Pois, é isso. Não sei bem o que é, mas é... zap! Mas seja lá o que for, sei que vou tentar "agarrar". E depois de o conseguir, é tempo de observar, remirar, olhar o lado direito, espreitar o lado esquerdo, olhar por cima e por baixo, tomar o peso, apertar, espremer, amarfanhar, rodopiar vezes sem conta e, finalmente, virar do avesso.

E será que "o não sei quê zap" vai surpreender? Talvez não. Ou talvez sim. E, neste caso, terei PAZ?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A odisseia de Ulisses


No livro "Leituras I", referido no post anterior, há muitos textos interessantes e alguns deles foram editados em banda desenhada.

Um dos textos que apresenta aquela forma de apresentação é um resumo da obra "Odisseia", do poeta grego Homero, que conta a história de Ulisses. Aqui registo essa banda desenhada:









terça-feira, 23 de novembro de 2010

Quem se lembra?


Ainda conservo muitos livros dos tempos de estudante. Alguns deles foram utilizados há mais de 50 anos e já estão um pouco deteriorados.

Hoje, registo aqui um desses livros. Trata-se se de "Leituras I", da autoria de Virgílio Couto, editado pela Livraria Didáctica - Lisboa. Numa das páginas iniciais do livro anotei isto:

Livro que utilizei no 1º ano do Ciclo Preparatório na Escola Técnica Ramalho Ortigão, no ano lectivo 1956/57.
Disciplina: Língua e História Pátria
Ano 1º - Turma 8 - Aluno nº 568
Escola Artes Decorativas Soares dos Reis
05/08/1962



Quem se lembra deste livro?

Pensas.. logo existes!


Não sei que pensamentos passam pela tua cabeça, mas sei isto: se pensas... logo existes!

Certo?

domingo, 21 de novembro de 2010

Cucharra de cortiça


Em tempos, esta cucharra de cortiça já serviu para muita gente beber água.

Agora, com mais adereços, faz parte da decoração de uma parede da cozinha [no sítio oposto onde foi feita a foto, dadas as exigências de produção do fotógrafo... eheheheh].

Buraco branco!


Já muita gente da ciência tem escrito e equacionado acerca da formação dos  buracos negros.

Enquanto isso, acidentalmente, encontrei um "buraco branco". O que será?


sábado, 20 de novembro de 2010

Safári ... no Alentejo!


Durante o trajecto da viatura no safári do Badoca Park, pode-se avistar diversas espécies de animais: avestruzes, gnus, orixes, cabras de leque, zebras, girafas, etc. Até parece que se trata de um safári africano.










Mas no Badoca Safari Park, que se situa no IC33, entre Santiago do Cacém e Sines, há outros motivos de interesse a motivar a ida até lá. Para informações, consultar o site respectivo aqui.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Raquetas de ténis



Umas raquetas de ténis já estão fora de uso normal e agora apenas servem de memórias e para a decoração da parede do escritório.





As outras, que são utilizadas em jogos, descansam... à espera de entrar em acção.




Para o que me deu hoje, hã?...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

LEYA... que grupo!


Há dias comprei um livro que me foi entregue dentro de um saco de plástico onde se pode ler isto, de forma contínua:

LEYA pensamentos LEYA cores e sentimentos LEYA sozinho ou acompanhado LEYA a sério ou a brincar LEYA depressa ou devagarinho LEYA todos os dias um bocadinho LEYA quando, como e onde lhe apetecer LEYA tudo o que lhe dá prazer LEYA letras com sabores LEYA romances LEYA poesia LEYA países LEYA viagens e outras culturas LEYA arte LEYA música LEYA pintura LEYA escultura LEYA sonhos LEYA tudo o que se pode ler LEYA de dia LEYA à tarde LEYA à noite LEYA em casa LEYA na praia LEYA no metro LEYA no comboio LEYA no banco do jardim LEYA de pernas para o ar LEYA debaixo da cama LEYA por vício LEYA por paixão LEYA por amor LEYA com os olhos do coração LEYA com a alma LEYA pensamentos LEYA cores e sentimentos...


E da observação do saco de plástico fica-se ainda a saber que o grupo editorial LEYA é constituído pelas seguintes editoras:

Academia do Livro, Asa, Biis, O Caderno, Caminho, Casa das Letras, Publicações D.Quixote, Estrela Polar, Gailivro, Livros D'Hoje, Lua de Papel, Ndjira, Novagaia, Editorial Nzila, Oceanos, Oficina do Livro, Quinta Essência, Sebenta, Teorema, Texto Editores e Universal.

Haverá mais alguma editora portugues que tenha "escapado" ao grupo LEYA?


Agora digo eu: leia o que quiser e como quiser, mas... LEIA!

sábado, 13 de novembro de 2010

O Universo precisa de um criador?


Do jornal i de 03/09 passado, permito-me transcrever a coluna P&R dedicada a excertos do livro "The Grand Design", de Stephen Hawking:


-> O Universo precisa de um criador?
-> "Não." A pergunta e resposta vêm num novo livro do polémico físico inglês Stephen Hawking. Em "The Grand Design", que será publicado a 8 de Setembro - véspera da primeira visita do Papa Bento XVI ao país -, o cientista defende que as recentes teorias sobre o cosmos não deixam linhas em branco para Deus.

-> Qual é o argumento?
-> "Como existe uma lei como a gravidade, o Universo pode e continuará a criar-se do nada. A criação espontânea é a razão por que existe algo em vez de nada, a razão por que o Universo existe, e por que nós existimos", antecipou ontem o "The Times", citando excertos do livro.

-> Onde começa esta tese?
-> Hawking defende que o primeiro grande abalo foi a descoberta de outros sistemas planetários além do solar, em 1992. Passou a ser "menos impressionante, e menos convincente, que a Terra tenha sido desenhada para agradar os seres humanos."

-> Como está a ser recebido o livro?
-> Os comentários divergem. Outro autor famoso, o biólogo Richard Dawkings, acredita que o livro aponta na direcção certa. George Ellis, presidente da Sociedade Internacional para a Ciência e Religião, sublinha contudo que esta tese só deixa duas opções: acreditar em Deus ou no conhecimento científico. "Muitas pessoas dirão: ok, mas eu escolho a religião. E aí a ciência vai perder."




E quem desejar saber mais acerca de Stephen Hawking, poderá fazê-lo por consulta à Wikipédia através deste link.

Isto é imaginação!...


No verão passado, durante uma das minhas corridas de manutenção física pela beira-rio na zona da Afurada, deu-me para reparar nos nomes dos pequenos barcos de pesca que normalmente estão ancorados daquele lado do rio Douro.

E, no meio de vários nomes interessantes, um deles salientou-se pelo que representa de imaginação:

NEMKCHOVA



E, naquela altura, lamentei não ter à mão uma máquina fotográfica para fazer o "boneco" do barco.

Amizade


"A amizade é semelhante a um bom café, uma vez frio, não aquece sem perder o primeiro sabor."



Immanuel Kant




Nota: Citação inscrita numa das paredes da coffe shop Jeronymo no Dolce Vita Antas - Porto.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sombra e luz!


Quando um pormenor de arquitectura é enquadrado por luz e sombra, a nossa visão pode ter acesso a coisas deste género.






Nota: Pormenor da entrada principal do Pavilhão Multiusos de Gondomar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mais graffiti!...



Já apresentei neste blogue alguns graffiti, foi neste post.

Confesso que sinto satisfação por ver graffiti, desde que sejam bem elaborados [segundo o meu gosto, claro!] e que, como condição principal, não estraguem ou não vandalizem os sítios onde são feitos e, se possível, lhes acrescentem até algum motivo de interesse.

Há cerca de ano e meio, encontrei uns graffiti na Rua Dr. Adriano Paiva - Porto [perto da Rua do Covelo]. Foram pintados num muro de pedra, que separa um terreno quase baldio do passeio da rua. Creio que o muro ganhou cor e ficou mais atractivo à visão de quem passa.

Aqui ficam as fotos dos graffiti, que expressam dois temas diferentes. E para o autor [ou autores] dos trabalhos, aqui registo os meus parabéns!






terça-feira, 9 de novembro de 2010

Antes de reciclares, reduz!


Há cerca de 2 anos recebi uma mensagem por e-mail, que me dava conta de um texto que tem por assunto os desperdícios de plástico que vão parar aos oceanos e as respectivas consequências. E como mais vale tarde do que nunca, é essa mensagem que hoje transcrevo aqui, com o sentido de acrescentar mais uma voz ao título do artigo.





FIXE ESTA IDEIA:

-> ANTES DE RECICLAR, REDUZA!





Um Oceano de plástico


Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acaba nos oceanos, sendo que 80% desta fracção vem de terra firme.


Foto do vórtex

No Oceano Pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros. Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.


Ocean Plastic

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal movimentando-se livremente pelo Pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por aro plástico

A bolha plástica actualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. “Como foi possível fazermos isso?” – “Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo”. Pesquisadores alertam para o facto de que todas peças plásticas que foram manufacturadas desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do Oceano Pacífico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.



Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave

Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.


Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.




Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e principalmente nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Matemática e... memórias!


Ao longo de toda a minha vida de estudante, fui um afortunado no que respeita à área da matemática, pois tive quase sempre bons professores. E guardo boas memórias de três deles, que tiveram uma importância enorme no meu gosto por aquela ciência do cálculo.

E como de "pequenino é que se torce o pepino", começou logo na primária, durante a 3ª e a 4ª classes, já lá vão cerca de 55 anos. A escola situava-se na Praça das Flores, no Porto, num edifício adapatado que, creio, ainda existe naquela praça. Foi lá que, catraio de 8 ou 9 anos, comecei a gostar de lidar com os números e com as operações básicas. E o responsável por isso foi um professor de quem nunca esqueci o nome. Era o professor Ferreira.

Alguns anos mais tarde, voltei a cruzar-me com outra pessoa que também teve o mérito de incentivar o meu gosto pela matemática. Na altura, eu teria à volta de 27 anos. Para entender melhor esta parte, convem dizer que tinha terminado o antigo Curso Geral do Comércio aos 15 anos e que, após um interregno de 12 anos, decidi prosseguir os estudos no antigo Instituto Comercial, na Rua Entreparedes - Porto.

Para isso, e como a minha origem académica não era de um liceu, mas sim de um curso técnico, tive de fazer um "upgrade" durante um ano. Era o chamado SPI [Secção Preparatória aos Institutos], em que se estudavam três disciplinas: Português, Física e Matemática.

Foi nesse ano, na Escola Comercial e Industrial de Matosinhos, que tive uma excelente professora, de quem, com vergonha o digo, não me lembro do nome. Sei que era funcionária do posto de turismo de Matosinhos e que, em horário pós-laboral, dava as aulas de Matemática. Foi uma altura em que, como estudante, pela primeira vez obtive classificações de vinte.

Já depois de ter entrado naquele Instituto [entretanto, o nome mudou para Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto - ISCAP], conheci outro professor extraordinário no segundo ano do curso. Era o Dr. Miguel Martins, que leccionava a disciplina de Matemática Aplicada. Foi nesta fase que o meu entusiasmo pela matemática aumentou exponencialmente. Foi também um ano em que as minhas notas foram boas, a saltitar entre os dezoito e os dezanove.

E era este professor que, aos seus alunos, indicava a título extra-curricular um livro excelente, que quase se pode ler como se lê um romance. Trata-se de: Conceitos Fundamentais da Matemática, de Bento de Jesus Caraça.

Aqui fica a capa daquele livro. E se o encontrares à venda, mesmo usado, não hesites: compra-o e depois verificarás que vale a pena.


sábado, 6 de novembro de 2010

Sou desalinhado!


Eles alinham
Vós alinhais
Nós alinhamos
Ele[ela] alinha
Tu alinhas
Eu não alinho


É verdade, eu não alinho. Ou seja, sou um desalinhado.

De manhã, acordo, levanto-me e, enquanto trato da higiene pessoal, tenho centenas de pensamentos, talvez mesmo milhares, penso em imensas coisas e em situações várias ao mesmo tempo. Muitas vezes essa ocupação do cérebro distrai-me dos minutos a passar e, quando dou por mim, já estou muito apertado em termos de tempo para cumprir com um ou outro compromisso. E nessas alturas, na tentativa de recuperar uma parte do tempo em que andei distraído, passo a fazer tudo com mais rapidez, com mais sofreguidão, até chego a transpirar de ansiedade. Ou seja, aí fico desalinhado.

Nas aulas de yôga, que frequento normalmente duas manhãs por semana, por vezes a instrutora manda executar um exercício para o lado esquerdo e verifico que estou a executá-lo para o lado contrário. Ou seja, estou desalinhado.

Quase todas as semanas jogo dois euros no euromilhões. Faço-o pela internet, a maior parte das vezes utilizo uma chave ao "calhas", outras vezes socorro-me de dias de aniversário de familiares, outras vezes ainda faço gerar uma chave aleatória. Mais tarde, normalmente aos sábados, constato que as minhas apostas saíram furadas. Ou seja, aí sinto-me desalinhado.

Bem, por agora, fico-me por aqui. É que são cinco e meia da madrugada, ainda não me deitei e as letras do teclado estão a parecer-me "confusas". Ou seja, estou a ficar desalinhado.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Derrapagem orçamental em 2010


Por volta do Natal, os Reis Magos serão esperados por estas bandas. E, se tudo estiver de acordo com a tradição cristã, Belchior, Baltasar e Gaspar deverão trazer os presentes do costume: ouro, incenso e mirra [mostro aqui, em rigoroso exclusivo, as caixas a usar no seu acondicionamento].


Se tivesse sido possível antecipar a viagem deles para agora, talvez o Ministro das Finanças pudesse financiar a derrapagem do orçamento deste ano através do confisco daqueles bens. E certamente não lhe faltaria argumentos para tal, até mesmo como pagamento de portagens pela passagem nas scuts dos camelos da comitiva daquelas personagens ilustres.

E, desse modo, não teria sido necessário ir buscar o fundo de pensões da PT para "tapar" a dita derrapagem.

Isto sou eu a pensar...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

De regresso?


De regresso às lides da blogosfera?... Desde que tenha disposição e tempo, aqui irei aparecendo com uns posts.

Para já, aqui fica este.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Que se passa?



Que se passa?

Não se passa nada. E estás a questionar-me porquê?... Ah ok, tens razão!

De facto, este blogue tem estado parado há cerca de mês e meio. Mas, se és um visitante mais ou menos assíduo deste sítio, já deves saber que o autor deste blogue tem altos e baixos. Ou seja, por vezes publica posts com alguma regularidade, outras vezes passam-se "séculos" em que fica "mudo e quedo". E deste estado de "brancura" ninguém o tira... [e quando digo "brancura" significa apenas que o blogue fica em branco, ok?]

Dito isto, não sei o que hei-de dizer mais. Talvez a melhor opção é mesmo ficar novamente "mudo e quedo"!

Até ao próximo post!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O que eu andei...



O que eu andei para aqui chegar!...

domingo, 30 de maio de 2010

Que "zip"?



Podes abrir este "zip"?... Que "zip"?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Realismo


Mais uma vez, faço aqui referência a uma crónica de Nicholas Kristof no jornal i, desta feita publicada hoje com o título "Visita ao paraíso de África".

Reportando-se ao facto do Gabão estar a tentar salvar a vida selvagem e transformar o país em destino turístico dos ocidentais, aquele jornalista do New York Times escreve quase no fim do artigo:

"Um dos factos que nos fazem cair na realidade é que as pessoas que se derretem com os gorilas e os elefantes vêm geralmente da América ou da Europa. Para as pessoas ali nascidas, a maioria das quais muito pobres apesar da riqueza petrolífera do país, a conservação da natureza pode ser um transtorno."

E logo a seguir, ao referir-se a uma conversa tida durante uma visita a uma localidade daquele país africano, diz-nos que uma jovem chefe de aldeia sem papas na língua declarou que "preferia que os elefantes morressem a vê-los comer as suas plantas de mandioca".

Realismo da jovem? Realismo de quem pouco tem para sobreviver?... Claro!



Nota: A crónica pode ser lida na íntegra aqui.

sábado, 15 de maio de 2010

A família do Tiago


O Tiago tem 5 anos e ontem trouxe do infantário o postal reproduzido acima. Trata-se de um trabalho alusivo ao Dia Internacional da Família, que se comemora hoje.

O desenho foi feito por ele com o sentido de representar a família. De acordo com as suas indicações, temos, da esquerda para a direita: a Sara, o Tiago, a mãe e o pai.

No verso do postal, pode ler-se esta "mensagem à família":

Na vida familiar todo exagero é negativo...
Respondam-lhe, não o instruam.
Protejam-no, não o abriguem.
Ajudem-no, não o substituam.
Abriguem-no, não o escondam.
Amem-no, não o idolatrem.
Acompanhem-no, não o levem.
Mostrem-lhe o perigo, não o atemorizem.
Alimentem suas esperanças, não as descartem.
Não exijam que seja o melhor, peçam-lhe para dar o melhor.
Não o mimem em demasia, mas rodeiem-no de amor.
Não o mandem estudar, preparem-lhe um clima de estudo.
Não o ensinem a ser, sejam como querem que ele seja.
Não lhe dediquem a vida, vivam todos...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Faz sentido?...


Diz o poeta que o sonho comanda a vida. Mas faz sentido sonhar com o que está à vista não ser alcançável?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Era uma vez...


Era uma vez...

... e puff, desfez-se!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A escola da esperança


Com o título acima, pode ler-se na edição de hoje do jornal i uma crónica do jornalista americano Nicholas Kristof a respeito de uma escola secundária fundada na localidade de Marial Bai, no Sudão, por um refugiado sudanês. Daquela crónica, transcrevo isto:

"O Sudão meridional é uma das regiões mais pobres da Terra e esta remota localidade, a 200 kms da estrada alcatroada mais próxima, não tem electricidade nem água canalizada. No entanto, graças a um notável jovem cidadão dos EUA que lá cresceu e aos leitores que o apoiam, a localidade tornou-se um pólo de atracção para os jovens sudaneses que sonham aprender.

Rapazes e raparigas chegam aqui vindos de locais a centenas de quilómetros de distância, na esperança de serem admitidos num novo colégio interno. Este é um projecto nascido da vontade de Valentino Achak Deng, cuja fuga da guerra e da fome é contada no bestseller de Dave Eggers "What is the What".

Valentino foi separado da família durante a guerra civil sudanesa e passou a infância a evitar soldados, minas antipessoais, leões e outros perigos. Aprendeu a ler e a escrever desenhando letras na areia num campo de refugiados e, em 2001, foi aceite nos EUA como refugiado. Foi estudante-trabalhador até concluir a faculdade e depois resolveu compensar pelo que tinha recebido.
...

Dave e Valentino aplicaram os lucros de "What is the What" na fundação da dita escola secundária, que está agora a seleccionar alunos para o seu segundo ano lectivo, a arrancar dentro de dias. Mais de 1.000 alunos, alguns deles adultos que viram os seus estudos interrompidos pela guerra, estão a competir pelas 150 vagas do nono ano.
...

No ano passado, em todo o Sudão meridional, só 11 raparigas fizeram exames de fim de secundário, segundo estatísticas governamentais.

Um dos dados estatísticos oficiais mais brutais do Sudão meridional é este: uma rapariga tem muito mais probabilidades de morrer de parto do que completar a educação básica.
...

Esta escola é gratuita, única esperança de alunos brilhantes que não têm dinheiro para propinas, mas são os próprios alunos que se encarregam da limpeza e manutenção das instalações.
...

Valentino procura tornar a escola multi-étnica, aceitando alunos árabes muçulmanos ligados com as tribos do norte que devastaram o sul durante a guerra civil. Tem alunos empenhados em projectos sociais, como a construção de cubatas para pessoas deslocadas e está empenhado em criar dirigentes capazes de construírem um país mais pacífico e mais próspero.
...

Esta escola não é uma solução para os problemas do Sudão e vai educar apenas uma diminuta percentagem de jovens sudaneses que aspiram a um futuro melhor. Mas é uma centelha estimulante num país crivado de problemas."


Fica aqui registado o bom exemplo daquele jovem refugiado sudanês.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mentalidade de "vale tudo"


Da crónica intitulada "As instituições e o carácter", da autoria de João Pedro Rosas, publicada na edição de ontem do jornal i, permito-me transcrever isto:

"... os cidadãos que vivem em regimes anti-democráticos desenvolvem um carácter baseado no medo, na autocensura, na impossibilidade de confiar seja em quem for, tal como a capacidade de deduzir aquilo que não pode ser dito. Num enquadramento institucional liberal-democrático, o carácter humano muda: o medo dá lugar à reivindicação, a desconfiança dá lugar à concordância ou à oposição, a capacidade para ler nas entrelinhas é substituída pela procura do sentido explícito.

Da mesma forma, aqueles que vivem em sociedades razoavelmente justas, com igualdade efectiva de oportunidades e poucas desigualdades sociais (nas sociais-democracias nórdicas, por exemplo), tendem a ser autoconfiantes e também leais à ordem social existente. Quando as instituições da justiça social não existem, ou funcionam mal, geram-se incentivos para comportamentos mais egoísticos e para uma maior propensão para a fraude e o compadrio. A percepção da falta de equidade social gera uma mentalidade de "vale tudo".

Devemos interrogar-nos sobre o tipo de caráctar humano e de "sentimentos morais" que as instituições da democracia portuguesa têm favorecido. Houve certamente um grande progresso com a derrota do medo e da hipocrisia que as instituições repressivas do Estado Novo favoreciam. Mas noutras esferas institucionais os resultados não são assim tão brilhantes. A incerteza e a demora na administração da justiça, a ineficiência fiscal, a extrema desigualdade de rendimentos, o facilitismo do sistema educativo, os excessos do crédito ao consumo, etc., favoreceram um tipo de carácter que se repete em todos os domínios de actividade: o carácter do chico-esperto, do que vive na impunidade, daquele que restringe a sua existência ao domínio privado e maltrata o domínio público (o Código da Estrada, o ambiente, as ruas da cidade)."


E como considero importante o teor da referida crónica, decidi registar em post uma parte substancial do texto.


 

quinta-feira, 15 de abril de 2010

S. Leonardo de Galafura [2]


Daqui de cima a paisagem é extraordinária: em frente, o Rio Douro e os vinhedos em socalcos ao longo das margens.

sábado, 10 de abril de 2010

S. Leonardo [de Galafura]



À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino.
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em direcção ao cais divino.

Lá não terá vinhedos
Nem socalcos
Na menina dos olhos
Deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.

Por isso, é devagar que se aproxima
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e a rosmaninho.


                              Miguel Torga in Diário IX

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Onde estão os mareantes?



Acho que faltam os mareantes. Onde estão?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estás aí em cima, inacessível!



Gosto da tua imagem, dos teus desenhos. E até gostaria de os ver de perto. Mas estás aí em cima, inacessível!