segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tratamento de choque


De repente, viu-se confrontado com uma situação que não tinha planeado para esta altura e, por isso, diferente do que tinha imaginado. E a questão é que agora teria de decidir se entrava na jogada naquele momento ou se adiaria para mais tarde. Acabou por seguir a onda dos acontecimentos e... depois se veria!

O certo é que não estava preparado, isto apesar de não se ter vislumbrado qualquer sintoma de rejeição na fase inicial. Mas era cedo de mais para ser submetido ao tratamento em causa, não pelo tratamento em si, mas mais pela falta de mentalização e também pelas possíveis consequências da dose aplicada.

E acabou, de facto, por ser um tratamento de choque. Na primeira meia hora as coisas até se denrolaram numa toada calma. Mas, após a retirada da equipa médica e de enfermagem, a ressaca não se fez rogada. Durante cerca de uma outra meia hora as coisas não se passaram lá muito bem. Quase sem aviso, os sintomas de ansiedade descontrolada deram o sinal de alerta, o que provocou a pressão forte no peito e levou a pulsação a ficar fora dos eixos. O que lhe valeu naqueles momentos foi ter-se lembrado de técnicas que aprendeu recentemente. Passou, então, a exercitar uma respiração profunda e controlada e, de seguida, a entoar alguns mantras. E resultou. A pouco e pouco os níveis da pressão arterial baixaram para valores aceitáveis, a pressão toráxica desapareceu, o pulso também acalmou e... voilá! ei-lo pronto para outra!...


Ou como diria o meu tio Fabiano: o gajo meteu-se nos copos!


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Manhã de sol no cais de Gaia




Estou no lado de Gaia, perto do cais onde acostam os barcos da Douro Azul. Entro na Farggi e peço:

- Um cimbalino italiano, por favor.

Com o cimbalino servido à mesa da esplanada, sinto-me como um nababo, satisfeito da vida. E, enquanto desfruto do sol do meio da manhã, que incide em cheio no trombil e aquece o corpo, olho à minha volta.

Da dezena de mesas dispostas na esplanada, apenas duas estão ocupadas, para além da que eu utilizo.

Numa mesa do meu lado esquerdo, um casal na casa dos quarenta, está a saborear o pequeno almoço e a ler o jornal do dia e revistas. Ele comenta para a companheira a notícia recente dos media e que se relaciona com o rapto de um rapaz em Lousada, já lá vão 13 anos.

Do lado direito, há uma mesa ocupada por dois indivíduos. Acabaram de tomar café e preparam-se para montar nas bicicletas que estavam ali encostadas à grade.

Fora da esplanada, um casal de meia idade acompanha, vigilante, uma criança com 4 anos, que, a correr, tenta voltar para trás em direcção ao cais, através do passadiço que faz a passagem por cima de um pequeno lago, hoje sem água.

Meia hora mais tarde, levanto-me. Tenciono dar um volta a pé junto ao rio, talvez até à Afurada e, pelo caminho, tirar umas fotos.

E, como diria o meu tio Fabiano: queres melhor vida do que isso?


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Até à próxima!


Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Enquanto aguardo pela partida do voo TP736, previsto para as 19:45, dou uma olhadela às pessoas presentes nas zonas dos check-in. Talvez por ser terça-feira, não são muitas, cerca de duas dezenas. Noutras ocasiões, já vi aquele piso com muito mais gente.

Olho o écran informativo das partidas e reparo que os últimos quatro voos tiveram atrasos entre 10 a 25 minutos. Neles seguiram passageiros com vários destinos: Genebra, Paris, Madrid e Londres.

Às 20:00 é registada no écran a partida do voo TP736 da TAP. E lá seguiu o filhote com destino a Barcelona, onde tem a vida organizada em termos pessoais e profissionais há cerca de oito anos.

Até à próxima, camarada filho!





Nota: Imagem obtida na página da Wikipédia.

Que parvo que eu sou!


O mundo não gira à minha volta. E sei muito bem que não tem de girar. E já o sei há bastante tempo.

Mas, mesmo assim, considero-me um parvalhão do caraças ao pensar que, por vezes, tenho alguma importância, seja lá para quem for ou para o que for. Não é que me ponha em bicos de pés para parecer mais do que sou. Não, não é nada disso. É mais pela razão de sentir que, em dados momentos da vida, cada um de nós precisa dos outros, seja porque nos fazem sorrir em ocasiões de tristeza, seja pela companhia em fases de solidão. E, tendo em conta apenas os termos de ajuda solidária, porque raio não hei-de pensar que posso ser importante para alguém?

Naquele modo de pensar não há qualquer ponta de sobranceria da minha parte. Até pelo contrário, pois que normalmente sou de uma timidez que até faz aflição e que me baralha as palavras a tal ponto que saem aos tropeções, o que me deixa muitas vezes embaraçado perante os outros. Acho mesmo que, neste aspecto, até posso dizer que sou um falhado. E tenho muitas vezes a sensação que me assemelho a esta figura.



E como diria o meu tio Fabiano: que parvo que tu és!


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Corte definitivo


Senti que não era eu que que tinha estado ali. Senti que não era actor e que, por isso, as cenas foram mal representadas. Senti ainda que aquele género de filmes não é para o meu gosto.

Sei, contudo, que aquela ligação ao ventre imaginário teria de ser eliminada. E teria de fazê-lo naquele momento, pois era quase impossível adiar por mais tempo o corte do cordão umbilical. Sentia que a pressão era reflexa, inconsciente, instintiva e que os seus efeitos eram já insustentáveis para o resto do corpo.

Mas a verdade é que após o corte definitivo senti-me mal, enojado e enjoado. Não pelo corte em si, mas sim pelo modo que o acto clínico foi consumado. Sei agora que o bisturi foi utilizado de maneira incorrecta e que poderia ter havido outra forma de anestesia. É que, devido a uma certa negligência na atitude do cirurgião, ficaram feridas em aberto e o problema que se vai pôr agora é como lidar com isso daqui para a frente.

Enfim, talvez o melhor procedimento seja olhar em frente e deixar fluir as coisas, pois o tempo há-de colar todos os cacos que sobraram.

Ou como diria o meu tio Fabiano: é isso mesmo, vai em frente que atrás vem gente!


Novos horizontes?!...



Novos horizontes

Válido durante várias semanas : Neste período, você deve procurar ampliar seus horizontes de todas as maneiras: estudando, vivendo experiências novas e desconhecidas, viajando ou conhecendo pessoas totalmente diferentes. Mesmo o mais trivial encontro deve ser visto como uma experiência positiva de aprendizagem. Pode-se atingir o mesmo objetivo fazendo coisas que fogem à rotina do dia-a-dia. Esta não é hora para se refugiar em casa, a menos que seja para ler ou estudar, como já se disse. Se não se interessar por nenhuma atividade mental nova, admita que continua ansioso para chegar a uma nova forma de compreensão do mundo. Satisfaça essa necessidade saindo de seu repertório habitual e vá explorar o mundo lá fora. Se puder, viaje agora para lugares onde possa aprender coisas novas. Não viaje simplesmente para divertir-se.





Trânsitos selecionados para hoje:
Sol na 9ª Casa, 9,
Período ativo desde 12 Fevereiro 2011 até meados de Março 2011


Mas, como diria o meu tio Fabiano, ainda acreditas nos astros?



Nota: Texto e imagem obtidos na página de Astrodienst.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Plano B -> Maruti + Jettoki



Ontem à noite fui até ao Plano B e fiquei por lá até às tantas. Ou melhor, aguentei até perto das três horas, pois que a minha pedalada já não se equipara à do restante pessoal, tudo juventude.

Fui até lá para desanuviar a cabeça que, nestes últimos tempos, anda bastante atulhada de merdas. E para isso, enquanto lá estive dei conta de três licores beirão, esverdeados com rodelas de limão e esfriados com pedras de gelo. Ah que bem que me soube!

Fui até lá para ouvir música. E até mais para ver pôr música. É que ontem á noite, na sala palco, a malta rodopiou, dançou, beijou, namorou e..., com o calor do jump blues e do rockabilly dos anos 50 e 60, lançado para as colunas de som pelos dj Maruti e Jettoki, um vindo de Lisboa e o outro de Barcelona.


E, para mim, foi uma noite em cheio!... Bebi, desanuviei a caximónia, dei umas olhadelas às garotas, mexi o esqueleto e... estive na companhia de gente bonita.

Ou como diria o meu tio Fabiano: queres melhor que isso?



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Viver também é recordar!


Naqueles tempos, meados dos anos 20 do século passado, e até pelos efeitos nefastos da I Grande Guerra, o modo de vida era muito duro para quase toda a gente, e ainda mais para as populações que viviam no interior do país.

Em Jazente, uma pequena freguesia de Amarante, as pessoas eram pobres e tinham grandes problemas para viver o seu dia-a-dia. E naquela família, de mãe solteira com três filhas, as dificuldades ainda eram maiores.

A filha mais nova, com apenas 6 anos, já levava as cabras ao pasto para os montes das redondezas. Muitas vezes ia descalça ou, então, nos dias frios e de neve no inverno, levava calçadas umas meias de lã feitas pela mãe.

Mas certo dia, tinha 7 anos, a sorte sorriu-lhe um pouco, pelo menos no que aos pés dizia respeito. É que, num dos regressos dos montes com as cabras, encontrou o Zézinho Carvalhal, pessoa rica e dona de muitas terras por aquelas bandas, mas também amiga de ajudar os pobres. Então, dirigiu-se-lhe e, na sua ingenuidade de criança, pediu:
- Ó senhor Zézinho pode dar-me umas socas de madeira?

Em resposta, o abastado proprietário mandou-a ir à "venda" da aldeia, dizer ao dono da loja que ia do mando dele e escolher as socas que queria. E foi assim que aquela miúda teve calçado pela primeira vez na sua vida e deixou de andar descalça, pelos menos nos dias frios e de neve no inverno.

Acontece que aquela menina cresceu, tornou-se mulher, casou e, vinte um anos depois daquele episódio, foi mãe pela primeira vez, por sinal num dia de inverno. E nesse dia, eu nasci!





Nota: A foto foi tirada passados mais de 80 anos após aquele episódio, mas a propriedade do Sr. Zézinho Carvalhal mantem-se no lugar, talvez ainda com o mesmo portão daquela altura. Com a evolução dos tempos, agora está destinada a turismo de habitação.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Edson Athayde e as crónicas


Sou um fã das crónicas do Edson Athayde desde há vários anos. Gosto do modo como escreve, de forma simples e escorreita.

Em Abril de 2007, publiquei um post a respeito do seu livro de crónicas com o título Os Trintões. Ultimamente, têm sido publicados textos dele nas edições de fim-de-semana do jornal i, onde é indicado como "publicitário, escritor e facebooker".

É de uma das crónicas deste mês que, aqui, vou apresentar alguns excertos. Com o título "O mundo às costas", o autor expõe os seus pontos de vista no que respeita às opções que se tomam ao mudar algo no curso da nossa vida.

Quase no início do texto, pode ler-se:
"Viajar pressupõe escolhas. Nem estou a falar dos destinos. Vai-se para onde se quer ou se pode. O resto é conversa. O que levar consigo e o que deixar para trás: essa é que é uma conta complicada de fechar." E mais adiante: "se você tivesse de enfiar numa valise apenas as coisas que realmente importam para si, o que é que entraria?".

O escritor entende que a pergunta é arrevesada por considerar que "não estamos falando apenas de objectos. Também contam pessoas, relações, sonhos. Agora troque a valise pela sua existência: na hora da viagem (que pode ser apenas o trânsito de um momento para outro da vida, uma mudança de trabalho, o fim de um curso, o término de um casamento) há coisas que você até adora mas, feitas as contas, optará em deixar para trás.".

E para exemplificar o seu raciocínio, no parágrafo seguinte diz:
"Falo isso por experiência. Há décadas deixei de tentar carregar o mundo às costas. Sempre tive poucas coisas materiais justamente para não ter de me apoquentar com elas. Amanhã ou depois quero trocar de cidade, de emprego, de interesses e fica mais fácil se eu não tiver amarras, nem bens para cuidar.
Confesso que o inverso (consequência directa desse tipo de vida) não é bonito. Regularmente sou abandonado por pessoas que não querem ou não podem acompanhar esse meu ritmo. E é sempre duro perceber que você não cabe na valise de alguém. Nada a fazer, há que se engolir o choro e seguir em frente."


E a crónica termina desta maneira, quase como começou:
"Uma coisa nova, uma coisa velha, uma coisa emprestada, uma coisa azul. Essa pode ser a equação a seguir. Amizades novas, velhas, um bom amigo de um amigo e um céu cyan com poucas nuvens. Junte-se o dourado de uma boa cerveja ou o rubi de um grande vinho. Depois é só fechar a mala ou a mochila, abrir um sorriso e partir."



Obrigado!



O neto de 6 anos começou este ano lectivo a ir à escola, para o 1º ano do ensino básico, como é óbvio. E anda todo entusismado com o que vai aprendendo todos os dias.

Antes do início da vida escolar, já se deliciava a escrever no computador, cá em casa: abria o word e teclava palavras que perguntava aos mais velhos como se escrevem. Mas, agora, como já sabe juntar as letras, gosta imenso de escrever com lápis e papel.

Ontem, entregou-me esta mensagem:


E são estas pequenas grandes coisas que também dão forças para suportar as fases menos boas ou mesmo más da vida.

Tiago, meu amigo e companheiro: obrigado!



domingo, 13 de fevereiro de 2011

Não sejas parvo!...


Sinto que não vou ser original com este post. É que a questão que aqui vou aflorar já anda aí na boca de todos, principalmente dos jovens que sentem o seu futuro sem perspectivas, sem emprego, sem meios para delinear o seu projecto a solo ou a dois, isto é, que vislumbram um futuro sem futuro.

Mas, mesmo assim, correndo o risco de não ser bem entendido no meu intuito, aqui fica este registo.





Parva Que Eu Sou
Deolinda


Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!

Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.


Não sejas parvo!...
Manifesta-te! Agita-te! Não baixes os braços! Luta por um futuro melhor! Luta por ti! E luta também pelos que ficam apenas a queixar-se! Luta sempre!



Quando?...



Há muito tempo que pressente que as coisas não podem continuar assim, adormecidas, sem uma decisão. Aliás, em boa verdade, nem precisava daquele sentimento, pois sabe, de antemão, que seria contraproducente, para o seu bem estar, deixar correr o marfim por mais tempo. Mais tarde ou mais cedo, o atrito relacional, constante, corrosivo e desgastante, haveria de provocar danos fortes e nefastos pelos seus aspectos emocionais e, ao ter-se mantido em demasia no tempo, já não vai possibilitar sequer um retrocesso de atitudes positivas e agradáveis.

O que sempre o atormentou, desde que teve a noção do desfecho que sente aproximar-se a passos rápidos, era a previsão do comportamento de retaliação, do género "então não voltas a ver...", que provocaria a sua decisão de desenlace. E ao pensar nisso, e também no que sofreu há muitos anos numa situação semelhante, tem medo. Sim, é isso mesmo! Diz-se que "quem tem cu, tem medo" e, por isso, ele sente um forte receio pela ausência do seu olhar de quem gostaria de ver e ajudar a crescer ao longo da vida.

O certo é que uma decisão terá de ser tomada. Quando?...


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dia de capicua





Hoje é dia de capicua. Ora, vejamos:


11022011



Certamente já muita gente reparou neste facto. E se faço este registo aqui não é pela disposição numérica da data determinar uma capicua. É antes porque, no meu caso, ontem findou uma etapa e acho que o dia de hoje vai marcar o início de uma mudança. Importante? Próxima ou afastada no tempo?... Não sei!



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Puta de vida!


Fins de Janeiro, o dia tinha sido de frio intenso, sem chuva. Ao princípio da noite, eu descia a pé a Rua de Camões, em direcção à Avenida dos Aliados. Num recanto de um prédio, em frente da estação da Trindade, reparei que um homem, a rondar os 50 anos, vestido às três pancadas com roupas sujas pelo uso consecutivo, preparava-se para ali passar a noite gélida, deitado em cima de cartões e enroscado em cobertores. Ao passar junto dele, disse-me:
- Ó amigo, arranja-me aí um cigarrito?
- Não tenho cigarros, não fumo.
- Foda-se! Puta de vida!
- Pois!...

E segui o meu trajecto. Mas fui a pensar. O que teria levado aquele homem a viver na rua? Que situações extremas o atiraram para aquela "puta de vida"?

Não sei a resposta, não lhe perguntei. E se tivesse perguntado, ele ter-me-ia respondido?



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Gaivota receosa




Estava a estátua concentrada a fazer exercícios de equilíbrio sobre a água, quando uma gaivota pousou sobre a sua cabeça e disse, receosa:

- Não te mexes muito, senão caímos!
- Ó gaivota, confia em mim, fico quieta como uma estátua!


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ministros na sopa?


Em conversa de grupo e a respeito de gostos alimentares, uma amiga contou uma história que se passou com ela num restaurante. Após indagar acerca da sopa do dia, teve este diálogo com a empregada:

- Hoje temos sopa de ministros.
- De ministros?
- Sim... é sopa de nabos!

Ora bem, acho que esta atribuição dos ministros ao nome da sopa, em desfavor dos nabos, não é nada lisonjeira para estes, os nabos de verdade. É que o autêntico nabo é um tubérculo comestível, rico em cálcio e possui poucas calorias.

Ao contrário, os ministros não são comestíveis [excepto os que são gays passivos, of course...] e, com poucas excepções, apenas são ricos em merda, que se lhes concentra no sotão da cabeça de cima [e fazem muito dinheiro com a venda da dita às quintas biológicas para o estrume das terras]. E quanto às calorias, estamos bem conversados, aqueles gajos têm paletes delas, andam abarrotados "por todos os lados, menos por um chamado istmo" [expressão que me ficou desde as aulas de geografia]. É que os rendimentos deles têm subido por aí acima com o que ganham pelo erário público [que expressão gira! nem sei como me fui lembrar dela], e muito mais com o que lhes entra nos bolsos pela porta do cavalo [ministro que se preza não aceita calorias por transferência directa para a conta bancária].

E só tenho pena que os ministros não sejam atacados por pulgões, como acontece aos verdadeiros nabos. É que se fossem, poderíamos pulverizá-los com sulfato de nicotina [e também com sulfato de peúga, só lhes fazia bem!].

E, desta vez, até o meu tio Fabiano se coibiu de tecer algum comentário.







Notas:
[1]A foto e a informação acerca dos verdadeiros nabos foi obtida na Wikipédia.

[2] Do dicionário: gay [gei], adj.-> alegre, jovial, de bom humor; vistoso; brilhante; satisfeito; feliz; festivo; (cal.) atrevido, descarado.

[3] Acho que fiz algum esforço em ir ao dicionário buscar o significado do termo gay em português. Mas fica ao vosso critério utilizá-lo ou não, ok?

Gaivotas na praia



O que te sugere esta foto?...

A mim, parece-me um esquadrão de caças F-22 Raptor, todos alinhados, à espera do sinal do comandante para levantar voo e ir atacar um alvo algures no... sei lá! os gajos da USAF não têm o hábito de informar quais os locais visados antes das operações de ataque. E sendo assim, é-me difícil dar um palpite.

Mas às tantas, como são gaivotas, podem estar a recuperar energias antes de baterem as asas e irem lançar fora a carga "a mais", quando os intestinos estiverem em modo de descarga. Talvez em cima dos trauseuntes que passeiam calmamente pelas ruas da baixa e deitam os olhos gulosos aos artigos das montras das lojas de luxo [ou de lixo?...]. Ou em cima dos automóveis topo de gama, acabadinhos de sair da lavagem manual daquela estação de serviço ali na zona e que está na berra por causa da sua mais recente promoção "pague agora a gasolina e venha buscá-la daqui a trinta anos"...

Ou como diria o meu tio Fabiano: vê lá se ganhas juízo, porque já não tens idade para estas maluqueiras!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Encruzilhada


Algumas vezes somos confrontados com as nossas próprias incertezas quanto ao caminho a seguir na vida. Ou, dito de outro modo, há momentos em que temos dúvidas em relação às opções a tomar para o nosso futuro no âmbito pessoal, familiar, social ou profissional. Ao longo da nossa vivência, connosco próprios ou com os outros, deparamo-nos com diversas encruzilhadas de diferentes níveis de dificuldade para ultrapassá-las.

Nessas alturas, a questão é: que rumo tomar? Desde que seja possível e ajustado ao que está em causa, é evidente que deve-se ponderar com tempo e bom senso. Mas o pior procedimento é ficar parado como um tolo no meio da ponte, vazio de ideias ou ausente nas decisões. Não é beneféfico para quem está em jogo, quer sejamos apenas nós ou hajam também outros, deixar o tempo cristalizar situações pela indefinição de vontades ou pela falta de atitudes. É que nesses casos, mais tarde ou mais cedo, a sociedade cobrar-nos-á uma orientação de mais difícil resolução. Por isso, é sempre melhor decidir atempadamente para que lado vamos orientar o curso do nosso destino. É sempre preferível, sem demoras escusadas, traçar um rumo: em frente, nunca para trás dado que não podemos retroceder no tempo. É sempre aconselhável um passo decisivo para sair da encruzilhada.



E se depois concluírmos que não foi o caminho mais acertado?... Aí paciência! É que ninguém é perfeito!

Ou como diria o meu tio Fabiano: não olhes para o que eu digo, nem olhes para o que eu faço!...
[1]




Nota:
[1]- Adaptação da fórmula com que Edson Athayde terminas as suas crónicas.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Parceiro de vida?...


Admito desde já que não estou bem certo que o tema deste post tenha algum interesse seja lá para quem for. Mas como hoje quero escrever alguma coisa no blogue, então aqui vai um texto sobre a primeira ideia que me veio ao pensamento. Ideia boa? Ideia assim, assim? Ideia péssima? Não sei, deixo ao vosso critério. Ok?

Há dias, por mero acaso, ouvi de raspão uma pequena frase de uma conversa entre dois amigos. Mas convem já precisar, isto para não levar depois a equívocos de dedução, que se tratava de uma amiga e de um amigo. Esclarecidos?... Muito bem! Então, dizia o amigo para a amiga:
- Sei que não sou teu parceiro de vida!

E foi esta expressão que me chamou a atenção, que me impressionou pelo sentido definitivo. De facto, creio que com o sei que não sou, pelo modo e com a entoação como foram proferidas as palavras, havia algo de decisivo, de irrevogável, de constatação final e que punha termo a quaisquer indefinições anteriores.

Já quanto ao "parceiro de vida", ainda estou por perceber o seu real alcance. A palavra parceiro significa companheiro, par, comparte, quinhoeiro, sócio ou ainda pessoa com quem se joga ou dança. Até aqui tudo bem, entendo! Mas ao acrescentar-lhe de vida, as coisas já não ficam tão claras no meu juízo acerca da frase em questão. É que a vida pode ser extensa ou curta, mas nunca mediana. Há até quem diga que a vida são apenas dois dias e que este já vai quase no fim. E depois da vida vivida há sempre a morte morrida, inevitável e definitiva. O que pretendeu dizer o tal amigo? Sócio na sociedade falida da vida? Companheiro de viagem por esse mundo fora e por toda a vida? Par de dança no próximo concurso de danças latinas organizado pela junta de freguesia?... Não sei! E agora não consigo desfazer esta dúvida porque os dois amigos lá foram à vida deles e não voltei a pôr-lhes a vista em cima.

Uma coisa é certa: há questões bonitas e importantes na vida. E, seja lá qual o for o entendimento que lhe der cada um de nós, creio que ser parceiro de vida deve ser uma delas.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Só!... ->[em três partes]


António Nobre [1867-1900], poeta português, cuja principal obra, (Paris, 1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de subjectivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto-ironia e com a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere, traduzida na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas.

Ai quem me dera entrar nesse convento. Que há além da morte e que se chama a Paz!
— António Nobre, Soneto n°18, in Só.


Nota: Texto adaptado da entrada acerca de António Nobre, editada na Wikipédia.





Só!...

Sozinho, sem companhia, desacompanhado, solitário, ermo, desemparelhado, consigo mesmo, isolado, afastado, único, desamparado... Ufa! sei lá que mais!

Mas mais vale só do que mal acompanhado, lá diz o ditado popular.