sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ténis e espectáculo


Transmissão da Eurosport em directo do Open da Austrália. Hoje de manhã, desde as 08:30. Tratou-se da semi final masculina entre Rafael Nadal e Fernando Verdasco, tenistas espanhóis e ambos esquerdinos.

Foi um extraordinário encontro de ténis que se prolongou por 5h14m, o mais longo da história daquele Grand Slam. Ao ténis mais ofensivo de F. Verdasco respondeu R. Nadal com o seu jogo com muito spin e com uma capacidade atlética já muito conhecida. Mas houve jogadas de ambos que ficarão na memória de quem gosta de ténis. E o vencedor acabou por ser o actual nº 1 do ranking, com os parciais de 6-7(4), 6-4, 7-6(2), 6-7(1) e 6-4.

Aqui ficam alguns dados estatísticos do encontro:
- R. Nadal vs F. Verdasco:
- 1º serviço: 74% - 69%
- ases: 12 - 20
- faltas duplas: 3 - 4
- pontos ganhantes (incl. serviço): 52 - 95
- erros não forçados: 25 - 76
- pontos de break: 4-20 - 2-4
- pontos ganhos: 193 - 192
- veloc. máx. serviço (km/h): 200 - 220

Em resumo, tratou-se de um espectáculo com ténis ao melhor nível.



Nota: Foto obtida na página do Open da Austrália.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Para além do fim


Na semana passada, na Fnac do MarShopping, em Matosinhos, foi feita a apresentação do livro de poesia
Tanto@mar da autoria de Ricardo Silva Reis.

Dos 46 poemas que fazem parte do livro, tomo a liberdade de publicar aqui um dos que mais me agradam.


Para Além


Para além do fim do dia resta a lembrança
A ilusória sensação que as horas correram no seu percurso normal.

Para além do fim das palavras restam os versos
Cantados num desafio em que o vento sopra sempre mais forte.

Para além do fim
Resto eu, acordado, à espera que tudo recomece...




Pacotes de açúcar com...


De há uns tempos a esta parte, quando vamos a um café e pedimos um café [ou cimbalino, ou bica, conforme a região], podemos ser brindados com um pacote de açúcar que, numa das faces, nos mostra a imagem de alguém célebre, complementada por uma expressão interrogativa que lhe é alusiva e que começa com um "haverá algo mais verdadeiro do que...".

Os tais pacotes fazem parte da publicidade dos Cafés Delta. Dos que até agora me calharam em sorte, registo os seguintes:

Luís Vaz de Camões (c.1524 - 1580)
-> Haverá algo mais verdadeiro do que cantar sem música?

Mahatma Gandhi (1869 - 1948)
-> Haverá algo mais verdadeiro do que vencer a força com a razão?

Albert Einstein (1879 - 1955)
-> Haverá algo mais verdadeiro do que reinventar a qualidade?

Fernando Pessoa (1888 - 1935)
-> Haverá algo mais verdadeiro do que ser pessoa entre a multidão?

Haverá mais?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vida sexual: de ficção ou real?


Há cerca de dois meses li no Jornal de Notícias um artigo com o título "Vida sexual de ficção impõe-se como ideal", escrito por Eduarda Ferreira. E mais abaixo, como subtítulo, podia ler-se que a "erotização da sociedade e dos bens mais insignificantes dita padrões de desempenho aos indivíduos e casais". Aqui deixo a transcrição completa:

Todos mentem aos outros ou a si próprios quanto à actividade e satisfação sexual. A "culpa" será das mensagens erotizadas que se colam até às coisas mais comezinhas, numa sociedade que vê o sexo como um recurso finito.

A publicidade feita a bens tão simples como um iogurte generaliza a ideia de que o desempenho sexual de cada um deve ser perfeito, frequente e duradouro, mas a realidade será bem diferente. Apesar de as pessoas não o admitirem. Ou de só o confessarem em inquéritos, com a segurança do anonimato, e sob garantia do segredo profissional de médicos ou psicólogos. Elas estarão fartinhas do sexo. Pelo menos estarão cansadas de ter de cumprir os padrões mediatizados , inclusivé pelo cinema. Esta a perspectiva ontem transmitida por Stuart Walton, que ontem participou nas conferências "As Regras da Atracção", na Culturgest, comissariadas por Rui Trindade.

Segundo aquele ensaísta britânico, as consultas têm muita gente a queixar-se de cada vez fazer menos sexo. Mas, o que importará, segundo Stuart Walton, é que as pessoas, em vez de terapia, tenham mais tempo juntas, "tempo romântico, que pouco cabe nas vidas de rotina". Ainda na sua opinião, há a tendência para "um espírito de contabilista" quanto à periodicidade dos actos sexuais. Interroga-se Stuart Walton "por que razão tem de ser problema a falta de sexo e a necessidade deste não pode ir e vir como qualquer apetite?". O ensaísta considera também que havendo, numa relação prolongada, a tendência para a marginalização do sexo, este não pode ser o elemento definidor dessa relação. O sexo pode ter sido "o feriado", o que uniu o casal numa primeira fase e o desaparecimento do desejo pode ser natural. Até porque houve, entretanto o "efeito corrosivo" de realidades como a preocupação com os filhos e as rotinas diárias domésticas e do trabalho. Ainda assim, para essa fase, o conferencista aconselhou a "programar o sexo nessa vida atarefada".

Uma abordagem distinta foi feita pela socióloga Anália Torres, que falou dos vínculos emocionais e da forma como nas últimas décadas se reorganizaram os espaços da família, do amor e da relação com o trabalho. Afirmou a investigadora que se tem apostado mais no íntimo, o que constituirá uma espécie de refúgio, dado que cada vez se controla menos outras circunstâncias da vida, a começar pelo emprego. Anália Torres disse que nos últimos anos têm passado para a esfera pública questões antes ocultas. É o caso da interrupção voluntária da gravidez, da nova lei do divórcio, do casamento de pessoas do mesmo sexo, dos maus tratos a mulheres e crianças e da paternidade biológica e afectiva. Tudo questões que, curiosamente, surgiram nas sociedades espanhola e portuguesa em tempos quase simultâneos. "Tudo o que sucede em Espanha está também a acontecer cá", constatou Anália Torres para adiantar que "as pessoas reclamam direitos que antes pareciam não-reclamáveis".

Sublinhou a mesma socióloga que se gerou uma necessidade de compensação pondo ênfase no foro íntimo porque, apesar de maiores oportunidades individuais, também passou a haver maior risco e incerteza. Referindo dados recentes, Anália Torres lembrou que os europeus põem a família em primeiro lugar, seguida dos amigos, do lazer e trabalho. E admitiu ainda que a criança pode estar a ser vista como uma saída afectiva para as dificuldades emocionais entre os adultos.


Pareceu-me na altura um artigo interessante que versa uma questão que diz respeito a toda a sociedade. E continuo a achá-lo interessante. Então porque apenas agora o transcrevo? Porque, por vezes, gosto de maturar as coisas.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

..., trabalhos dobrados!


Há um provérbio popular que diz mais ou menos isto: "filhos criados, trabalhos dobrados!".

E isto é bem verdade, como o confirmam tantos e tantos casos de filhos já "arrumados" nas suas vidas, fora das "saias da mãe", e, apesar disso, a virem depois desaguar os seus problemas em cima dos pais. E se há excepções, e ainda bem que as há, apenas dão razão ao provérbio.

O povo, na sua experiência vivida de muitos e muitos anos, sabe analisar de modo acertado as vivências das pessoas, as situações de aproximação ou de conflito, os amores e os desamores. E depois, com a sabedoria das coisas simples, expressa as suas conclusões através de uma expressão curta e precisa.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A vida é como...


Li este livro de crónicas, já lá vão quase dois anos. Li-o com agrado, pois a escrita é acessível, directa e, por vezes, divertida. E ainda não tinha acabado de o ler quando escrevi este post.

No final da leitura, pensei que seria interessante apresentar neste espaço alguns excertos dos textos que atraíram mais a minha atenção e que, por isso, me levou a copiá-los para o livro de apontamentos deste blogue. Mas, por uma razão ou por outra, fui adiando a concretização da ideia. Até agora.

E vou começar esse registo com este excerto:


"A vida é como um velho disco de vinil: tem o lado A e o lado B. Quem tem mais de trinta anos sabe disso muito bem (até porque tem idade para saber o que é um disco de vinil). Não que a regra não valha para quem tem vinte ou cinquenta anos, mas, para os trintões, muitas vezes o lado B da vida é mais do que uma realidade, é a realidade propriamente dita."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sonho de menino: ser pastor


Chama-se Gonçalo. Tem 6 anos e sonha ser pastor. Vive com os pais e os avós em Cubalhão, freguesia de Melgaço.

E, apesar da idade, já conhece todos os segredos da serra e dos animais. Fora dos dias da escola ou nas férias, não quer outra coisa senão acompanhar o pai e a avó nas idas aos montes com os rebanhos.

É evidente que nem todos podemos ser calceteiros, motoristas ou farmacêuticos. É claro que alguém tem de cuidar das cabras e das ovelhas, levá-las aos pastos, dar-lhes feno para alimentação, estar atento ao nascimento das crias. E para isso é que há os pastores.

Sendo certo que, nos nossos dias, por vezes somos confrontados com engenheiros, advogados ou médicos a exercerem a contragosto [... e os seus cursos foram suportados em grande parte pelos impostos de todos nós], também parece não haver dúvidas que, para a sociedade, tem muito mais valor um pastor que gosta daquilo que faz.

Por isso, Gonçalo, que o teu sonho se transforme em realidade. Mas não abandones a escola, aproveita bem os estudos. Até para poderes ser um pastor com mais conhecimentos e melhor sucedido na vida.




Nota:
Este texto foi pensado após ter visto a reportagem "Menino pastor", emitida hoje no fim da 2ª parte do Jornal da Tarde da RTP1.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Graffiti


Consultando a Wikipédia pode-se constatar que a palavra italiana graffiti [plural de graffito] significa "marcas ou inscrições feitas em um muro".

E se há graffiti que apenas testemunham o mau gosto de quem os criou e, muitas vezes, são autênticos atentados aos edifícios onde são feitos, creio que estes demonstram um valor pictórico assinalável e até dão um melhor aspecto ao espaço onde foram pintados.




Nota:
O local onde estão estes graffiti é o muro do viaduto do início da Rua do Duque de Loulé - Porto, junto do parque de estacionamento pertencente à Junta de Freguesia da Sé.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Não acreeedito!...


Há dias fui meter gasolina no carro. Ao chegar a uma das bombas do Jumbo, olho para o preçário indicado no painel. E ao verificar o custo da gasolina 95, a minha reacção foi de espanto:
- O quê?... Quanto?!... Não acreeedito!... € 0,969 por litro!...

Há muito tempo que não abastecia gasolina no Porto a um preço abaixo de um euro por litro.

Mas parece que as coisas vão alterar-se. É que hoje ao almoço foi noticiado na televisão que os preços dos combustíveis voltaram a subir. E as razões apresentadas são a subida acentuada dos produtos refinados e a desvalorização do euro. Moral da história: são rápidos a decidir os aumentos dos preços e leeentos a baixá-los.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Serra amarela


Em Junho seria mais habitual não encontrar a serra com aqueles tons de amarelo. Mas foi isso que encontrámos no Verão passado no Parque Natural da Serra da Estrela.

Durante um percurso no PNSE, feito em viaturas de todo-o-terreno, fomos surpreendidos com muitas zonas ainda cobertas com a cor amarela das maias. Aqui ficam dois dos registos obtidos na altura.





Nota:
Na primeira quinzena de Junho passado, eu e alguns amigos do ténis, aqui do Porto, com as famílias [no total éramos quase 20 pessoas], fomos de malas aviadas até Mesquitela, no concelho de Celorico da Beira. E com base no turismo de habitação proporcionado pelo Solar dos Cerveiras [www.solardoscerveiras.com], lá andamos durante cinco dias e quatro noites por terras daquela região.
Aquele percurso fez parte do nosso passeio em grupo e foi organizado por uma empresa de animação turística com sede na Guarda: a Universo TT [www.universott.pt].

sábado, 3 de janeiro de 2009

Histórias a saltar: uma delas!




OS STRAIFTS ATACAM

À distância de quatro milhões de sóis da Terra, um planeta com o nome de Straift sofre grandes transformações. O seu sol, que há mais de cem milhões de anos irradia energia, estás prestes a explodir. Essa explosão destruirá a atmosfera dos Straifts e daí irá passar o calor da explosão para o planeta, que é mil vezes mais intenso do que a temperatura normal do planeta, que é de cinquenta graus centígrados. Então Straift ficará como uma autêntica fornalha e todos os seres vivos morrerão.

Sabendo disso, os Straifts - desculpem a interrupção mas vou passar a descrevê-los: têm, quando adultos, dois metros de altura, a pele azulada, os cabelos louros e os olhos vermelhos - como estava a dizer, os Straifts preparam todas as naves HX3 e P4A, num total de quatro mil enormes naves, para evacuar o planeta. Fora da camada branca, que envolve o planeta, as naves voam através do espaço.

Durante seis meses, cinco dias e três horas, os Straifts vagueiam pelo espaço até encontrarem a nossa galáxia. Perto de Neptuno observam um espectáculo de cor maravilhoso: o sol de Straift explode e destrói com ele quatro planetas que estão muito perto, provocando cores fantásticas. Dentro das naves o som da explosão ecoa e os seus ocupantes, comovidos, choram grossas lágrimas tão brilhantes como cristal.

Então esse povo muito poderoso avança para Terra. Sabendo que esta é habitada vai tentar conquistá-la. Para seu azar, uma base em Marte, de origem terrena, descobre-os através do radar e avisa imediatamente o D.D.T. (Departamento de Defesa da Terra) que, no mesmo instante, responde ordenando o ataque, pois coisa boa de certeza eles não vinham fazer à Terra com naves de guerra. Assim, cinco mil mísseis XO-40, cem caças e quarenta bombardeiros pesados são mandados contra os Straifts. É claro que estes não ficaram de braços cruzados. Mandaram logo quatro mil mísseis Flach-ZA para a base de Marte. Acertaram no alvo e a base foi destruída. Porém os Straifts sofreram poucas baixas. Com três mil novecentas e oitenta e duas naves avançaram.

Um satélite militar da Terra é avisado do ataque que se prepara e apronta-se para disparar quando o alvo estiver ao alcance dos disparos. Já perto do satélite, os Straifts são atacados pelos poderosos mísseis solares e por mil caças bombardeiros e pela poderosa nave Atlantic. Os Straifts não têm medo e combatem arduamente. Quatro horas depois mil naves de Straift estavam destruídas e com elas todos os caças bombardeiros. A Atlantic também estava quase toda destruída. Os Straifts atacam então a Terra e o D.D.T. é forçado a utilizar as forças restantes. Houve uma batalha destruidora em que os da Terra saíram vitoriosos. Mas havia agora cidades destruídas. O medo, a fome e a morte pairavam no ar. Quanto aos Straifts ficaram arrasados. Muitos morreram, outros foram capturados.

Por estes, as forças terrestres ficaram a saber qual a razão do ataque à Terra. Entre os chefes da Terra e os de Straift trava-se o seguinte diálogo:
- Aqui Apollo, chefe dos Straift, o que querem?
- Aqui Presidente do D.D.T., queria falar consigo. Sei o que os levou a atacarem-nos. Se quiserem podem viver na Terra. Como suportam altas temperaturas poderão viver no deserto.
- Obrigado. Muito Obrigado. O agradecimento de todos nós.

Depois dos Straifts chegarem ao deserto ficaram muito contentes e ajudaram a Terra a recuperar-se da guerra havida.



Nota:
Há dias, durante arrumações cá em casa, encontrei um caderno de folhas soltas. Na capa pode ler-se: "26 Histórias a Saltar". Dentro, os textos, todos dactilografados, são da autoria de alunos da Escola Preparatória de Leça da Palmeira do ano lectivo 1984/85.
E, de acordo com a introdução feita pela professora, as histórias "são o simples resultado de uma conversa numa fria manhã de inverno em que, para esquecerem as mãos geladas, os meus alunos deixaram falar o que lhes ia na alma: histórias simples para crianças simples como eles."
Alguns dos textos são encantadores, puros na sua simplicidade, mas muito bonitos, tendo em conta que foram imaginados por jovens à roda dos 11 ou 12 anos.
E das 26 histórias do caderno, escolhi aquela lá em cima para publicar neste blogue. Não foi uma escolha ao acaso, confesso. Mas também não se trata da mais bonita ou da mais bem escrita. Mas é aquela com a qual não corro o risco de ser processado a pagar direitos de autor...[dado que sou o pai do autor] eheheh

E já cá está...


Já cá está o ano 2009. Começou há pouco e já vai no terceiro dia.

Se o tempo fosse contado apenas em segundos, entre as doze badaladas da meia-noite do último dia do ano passado e o momento em que comecei este texto, então estariam registados mais de 1.782.000 segundos. O que, convenhamos, são muitos segundos!

Mas tratando-se de segundos de vida para cada um de nós, é bom!

E sendo renovados de forma automática, é óptimo.

E sendo acrecentados com saúde, paz, amor e... euros para enfrentar a crise, então é porreiro!

É o que desejo a quem vier até este espaço.

BOM ANO 2009!