sábado, 3 de janeiro de 2009

Histórias a saltar: uma delas!




OS STRAIFTS ATACAM

À distância de quatro milhões de sóis da Terra, um planeta com o nome de Straift sofre grandes transformações. O seu sol, que há mais de cem milhões de anos irradia energia, estás prestes a explodir. Essa explosão destruirá a atmosfera dos Straifts e daí irá passar o calor da explosão para o planeta, que é mil vezes mais intenso do que a temperatura normal do planeta, que é de cinquenta graus centígrados. Então Straift ficará como uma autêntica fornalha e todos os seres vivos morrerão.

Sabendo disso, os Straifts - desculpem a interrupção mas vou passar a descrevê-los: têm, quando adultos, dois metros de altura, a pele azulada, os cabelos louros e os olhos vermelhos - como estava a dizer, os Straifts preparam todas as naves HX3 e P4A, num total de quatro mil enormes naves, para evacuar o planeta. Fora da camada branca, que envolve o planeta, as naves voam através do espaço.

Durante seis meses, cinco dias e três horas, os Straifts vagueiam pelo espaço até encontrarem a nossa galáxia. Perto de Neptuno observam um espectáculo de cor maravilhoso: o sol de Straift explode e destrói com ele quatro planetas que estão muito perto, provocando cores fantásticas. Dentro das naves o som da explosão ecoa e os seus ocupantes, comovidos, choram grossas lágrimas tão brilhantes como cristal.

Então esse povo muito poderoso avança para Terra. Sabendo que esta é habitada vai tentar conquistá-la. Para seu azar, uma base em Marte, de origem terrena, descobre-os através do radar e avisa imediatamente o D.D.T. (Departamento de Defesa da Terra) que, no mesmo instante, responde ordenando o ataque, pois coisa boa de certeza eles não vinham fazer à Terra com naves de guerra. Assim, cinco mil mísseis XO-40, cem caças e quarenta bombardeiros pesados são mandados contra os Straifts. É claro que estes não ficaram de braços cruzados. Mandaram logo quatro mil mísseis Flach-ZA para a base de Marte. Acertaram no alvo e a base foi destruída. Porém os Straifts sofreram poucas baixas. Com três mil novecentas e oitenta e duas naves avançaram.

Um satélite militar da Terra é avisado do ataque que se prepara e apronta-se para disparar quando o alvo estiver ao alcance dos disparos. Já perto do satélite, os Straifts são atacados pelos poderosos mísseis solares e por mil caças bombardeiros e pela poderosa nave Atlantic. Os Straifts não têm medo e combatem arduamente. Quatro horas depois mil naves de Straift estavam destruídas e com elas todos os caças bombardeiros. A Atlantic também estava quase toda destruída. Os Straifts atacam então a Terra e o D.D.T. é forçado a utilizar as forças restantes. Houve uma batalha destruidora em que os da Terra saíram vitoriosos. Mas havia agora cidades destruídas. O medo, a fome e a morte pairavam no ar. Quanto aos Straifts ficaram arrasados. Muitos morreram, outros foram capturados.

Por estes, as forças terrestres ficaram a saber qual a razão do ataque à Terra. Entre os chefes da Terra e os de Straift trava-se o seguinte diálogo:
- Aqui Apollo, chefe dos Straift, o que querem?
- Aqui Presidente do D.D.T., queria falar consigo. Sei o que os levou a atacarem-nos. Se quiserem podem viver na Terra. Como suportam altas temperaturas poderão viver no deserto.
- Obrigado. Muito Obrigado. O agradecimento de todos nós.

Depois dos Straifts chegarem ao deserto ficaram muito contentes e ajudaram a Terra a recuperar-se da guerra havida.



Nota:
Há dias, durante arrumações cá em casa, encontrei um caderno de folhas soltas. Na capa pode ler-se: "26 Histórias a Saltar". Dentro, os textos, todos dactilografados, são da autoria de alunos da Escola Preparatória de Leça da Palmeira do ano lectivo 1984/85.
E, de acordo com a introdução feita pela professora, as histórias "são o simples resultado de uma conversa numa fria manhã de inverno em que, para esquecerem as mãos geladas, os meus alunos deixaram falar o que lhes ia na alma: histórias simples para crianças simples como eles."
Alguns dos textos são encantadores, puros na sua simplicidade, mas muito bonitos, tendo em conta que foram imaginados por jovens à roda dos 11 ou 12 anos.
E das 26 histórias do caderno, escolhi aquela lá em cima para publicar neste blogue. Não foi uma escolha ao acaso, confesso. Mas também não se trata da mais bonita ou da mais bem escrita. Mas é aquela com a qual não corro o risco de ser processado a pagar direitos de autor...[dado que sou o pai do autor] eheheh

2 comentários:

Anónimo disse...

UAU!!
Devia estar um frio miserável para se pensar em viver em deserto.
Mas a história é boa, sim. Eu, pelo menos, gostei... :)

nandokas disse...

Olá Senhora,
Sabes, um dos aspectos, além de outros, que acho interessante é o final da história, ou seja, a solução de cohabitação entre invasores e invadidos.
[os israelitas e os palestinianos deveriam ler esta história...]
Beijos