De vez em quando a questão da violência doméstica é notícia nos jornais. Quase sempre tendo mulheres como vítimas. Até porque alguns estudos revelam que mais de trinta por cento das mulheres são agredidas pelos maridos ou companheiros e que cerca de noventa e três por cento dos crimes de violência doméstica são praticados contra as mulheres.
Mas os casos que vêm a lume são uma pequena parte do problema, dado que só cinco por cento das situações chegam ao conhecimento público. Apesar de tudo as denúncias têm vindo a aumentar nos últimos anos. Isto porque já não colhe a justificação dada antigamente na urgência do hospital que a mulher tinha tropeçado num ácaro do tapete e batido com a cara na esquina da cómoda do quarto e, por outro lado, as vítimas cada vez estão mais conscientes dos seus direitos e têm mais opções de apoio social e segurança financeira.
A ideia para este ‘post’ surgiu-me em Barcelona quando, há cerca de um mês, abri o jornal Metro e deparei com esta pequena notícia:
E, então, pensei: e se fosse ao contrário?... Ou seja: e se as mulheres não tivessem receios e denunciassem todos os crimes de violência a que são sujeitas em casa? e se as polícias e os tribunais funcionassem correctamente e a tempo? Talvez, então, os casos de violência doméstica diminuissem bastante por uma de duas razões, ou até por ambas: os agressores, maridos ou companheiros, estariam na prisão durante uns meses ou tomariam consciência cívica do respeito que é devido às mulheres.
tretas -> ardis, manhas; palavreados; lérias; palanfrórios; e coisas sem importância [algumas vezes com...]
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
E se fosse ao contrário?...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
14 comentários:
Grande Nandokas!
Eu possuo tolerância zero em relação à violência, excepto se for utilizada em casos de legítima defesa.
Acho que isso de esperar pelos tribunais favorece muito o agressor.
Penso que as mulheres deveriam saber um bocadinho de artes marciais, para poderem pregar uma pequenina surpresa aos falsos machos que andam por aí...
CSD
Olá Cláudia,
A defesa com uso de artes marciais é outra opção a considerar pelas mulheres.
Mas, creio, que não invalida o recurso à polícia e aos tribunais. E o problema reside aqui, pois as autoridades não actuam bem nem a tempo.
Beijinho.
olá nandokas
seguramente um tema polémico.
conheço casos de violência verbal e emocional que também trágicos resultados... por vezes até piores que alguns dos físicos!
o medo da denúncia, vem pelo medo de represálias, pela "vergonha"... e todas atenuariam se as autoridades agissem com rapidez e firmeza.
um abraço
Olá Luísa,
Tens razão quanto ás situações de violência verbal e emocional, que, para além das suas consequências, trazem ainda mais dificuldades às vítimas para as suas denúncias.
E, apesar de haver alguns casos de homens como vítimas, se alargarmos o âmbito destas às crianças, aos idosos e aos deficientes [que, por opção, não considerei neste 'post'], então o panorama da violência doméstica fica ainda mais sombrio.
Beijinho
Às vezes o problema é outro: apenas as mulheres são testemunhas e no julgamento têm a opção de não prestar depoimento e é o que fazem (porque se reconciliaram, porque acreditam que vai ser diferente, pelo que for...). Sem prova, o arguido é então absolvido.
Também me parecem terríveis os crimes cometidos contra vítimas mais frágeis e indefesas e já pensei que a resposta poderá passar por todos nós, ou seja, em sermos mais curiosos e interventivos, a contrariar o velho ditado "entre marido e mulher não metas a colher", procurar saber o que acontece, denunciar e testemunhar (apesar do risco de apanharmos nós com a colher em cima).
Olá Redonda,
É certo que também há esse lado do problema, mas, embora na maioria dos casos as mulheres sejam as únicas testemunhas, creio que o panorama desta questão estaria muito melhor se as autoridades policiais e judiciais agissem de outro modo e a tempo.
Beijinho
E então não seria hora de deixar de ser preguiçoso e escrever outro post?
É que já vim aqui algumas vezes e nada!
Se isto continua assim, vou pedir o livro de reclamações!
(ah é verdade, no meu caso tenho uma dispensa de "postar" por longos períodos, por isso é tipo"olha para o que eu digo e não para o que eu faço" :))
ó nandokas!
não me digas que a tripp-trapp passou a ser mais importante que o blog!
vim deixar um beijo
luísa
Olá redonda,
E não é que tens um pouco de razão?
Tem havido alguma preguiça cá do "je", mas também ando preocupado com a minha mãe que está internada.
Mas, creio, dentro em breve voltarei às tretas...
Beijinhos
Olá Luísa,
Sabes, a cadeira é importante e o blogue também é importante. Mas nas últimas semanas tenho andado numa 'fona' [não sei se o termo é tripeiro, mas o que quero dizer é que ando de um lado para o outro, agora por causa dos netos, depois para ir ao hospital dar apoio à minha mãe,etc]. E com um bocado de preguiça à mistura... pronto, não tenho 'postado'!
Mas em breve voltarei às tretas.
Beijinho
Então... votos de melhoras para tua mãe.
:-)
As melhoras da tua mae! Beijinhos. Silvia
Espero que a tua mãe logo, logo fique bem.
um beijinho
Gábi
Então?
Desaparecido?
Estamos esperando :)
Enviar um comentário