Se há histórias que têm moral, a moral também tem histórias e, se não acreditas, então vou contar-te outra história, um sujeito de idade já um pouco avançada, sentindo o aproximar do fim dos seus dias, chamou os três filhos, já todos adultos, e disse-lhes com a voz trémula de emoção, meus filhos dei-vos tudo quanto pude para viverdes bem e felizes, agora que estou quase a partir deste mundo..., nesta altura é interrompido pelo filho mais velho que lhe diz, ó pai você ainda vai durar muitos anos junto de todos nós, continua então o pai, eu sei o que digo mas, como não sei o que vou encontrar para lá deste mundo, quero pedir-vos para na altura da minha morte colocardes no caixão duzentos contos cada um, falou então o filho mais novo, ó pai não se preocupe, você vai viver ainda muitos e muitos anos, mas quando morrer nós cumpriremos o seu desejo, passados dois meses morreu o velho desta história, na altura da vigília o filho mais velho lembrou aos irmãos a vontade expressa pelo pai e puxando da carteira contou duzentos contos em notas e colocou-as dentro do caixão, o irmão do meio também tirou notas da carteira, contou até duzentos contos e pô-las também no caixão, o filho mais novo hesitou alguns instantes, depois pegou na carteira, passou um cheque de seiscentos contos, colocou-o no caixão e retirou os quatrocentos contos em notas, guardando-as no bolso, os outros irmãos reagiram ao mesmo tempo, o que é que fizeste? resposta do mais novo, o pai para onde vai pode descontar o cheque, não pode?... Então agora pergunto-te eu, a moral tem ou não tem as suas histórias?
Nota: Texto escrito em Dezembro/1996
tretas -> ardis, manhas; palavreados; lérias; palanfrórios; e coisas sem importância [algumas vezes com...]
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
A moral tem histórias?
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1 comentário:
Tem pois! Ainda que eu ache que é mais uma história de esperteza que de moral...
:)
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