Não sei bem porque estou a contar-te estas histórias, talvez nunca tenhas hipóteses de as ler, a atitude de passar ao papel, ou melhor, para já ao computador, estas e outras histórias ou outros desabafos talvez seja um pouco estúpida ou despropositada, talvez esteja convencido que tenho algum jeito para escrever um género de escrita tipo Saramago, o Saramago que me desculpe, às tantas a razão de estar aqui agarrado ao teclado, a tentar escrever alguma coisa, talvez tenha a ver com uma tentativa de escape ou de me fazer esquecer o motivo por que estou agora aqui, de facto, se as coisas tivessem acontecido como estava planeado há mais um mês, tinha partido para Santo André para passar lá uns dias de férias após o Natal, mas o previsto foi furado nem sei muito bem porquê, ou se calhar até sei mas não quero dizer, é muito chato quando as situações passam ao meu lado e não posso ou não tenho forças para as modificar, mas não há dúvida que sofro pelo menos alguns dos efeitos, trata-se de uma vivência de coisas que se vão tornando hábitos, rotinas do quase dia-a-dia, por isso já desisti de reagir, de esbracejar, de virar tudo do avesso, de tentar encontrar o rumo certo das coisas, e aí! assim como quem não quer a coisa... vou ficando, vou ficando... Até quando?...
Nota: Texto escrito em Dezembro/1996
tretas -> ardis, manhas; palavreados; lérias; palanfrórios; e coisas sem importância [algumas vezes com...]
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Até quando?...
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4 comentários:
Contas, porque precisas e porque te faz bem contar e porque sabes contar, bem. Este genero saramago, este contar desenfreado sabe bem!
Ah...as coisas so sao como sao enquanto queremos que sejam, no fundo queremos, quando deixamos de querer que sejam, quando resolvemos que uma coisa tem de ser outra coisa, acontece e pronto.
Olá sílvia,
Sabes, deixar 'passar o tempo' quase sempre é o melhor remédio para algumas situações da vida. E digo isto à distância de onze anos da altura em que escrevi este texto... E digo isto com o ´peso' dos 60+1 anos que tenho agora...
E porque, entretanto, com o 'passar do tempo' as coisas mudaram... para melhor!
As vezes nem sei se deixar passar o tempo e o melhor. Os meus trintinhas ja me acompanharam em inumeras situaçoes em que tive de decidir deixar passar, ou fazer inversao total. Ainda nao percebi bem o que funciona melhor. Mas, impulsiva que sou, nao consigo simplesmente deixar passar, mesmo que antes de dar o passo saiba a priori que me dirijo para um abismo. As vezes deixar passar implica muita coragem.
Olá sílvia,
Entendo perfeitamente quando referes que "... impulsiva que sou, não consigo simplesmente deixar passar...".
E entendo porque já fui 'trintão', numa idade em que ainda não tinha desistido de "reagir, de esbracejar, de virar tudo do avesso, de tentar encontrar o rumo certo das coisas".
Mas, com o decorrer dos anos, acho que fui 'amolecendo' a minha faceta de querer 'mudar o mundo' e, por outro lado, também fui 'aprendendo' que a minha 'verdade' não é a única, também existe a 'verdade' dos outros...
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