Sábado, sete e meia da manhã. Saímos de casa em direcção a Lisboa. Hoje conseguimos sair cedo, ao contrário do que é habitual. Das outras vezes mais recentes, o que tinha sido planeado no dia anterior nunca foi cumprido na manhã seguinte. Era do género “Vamos sair às sete, ok?” e, depois, no dia da partida, eram quase dez horas e ainda estávamos a meter as bagagens na mala do carro...
O planeamento da viagem foi do tipo ‘dois-em-um’ e mais tarde alargado para ‘três-em-um’. Isto é, uma reunião em Lisboa das antigas alunas do Colégio S. José de Cluny [onde a minha mulher estudou em Luanda] e o festejo de um aniversário com um casal de amigos que residem na zona do Restelo, foram os dois pretextos iniciais. Mas foi necessário apenas um ‘ai’ até chegarmos à questão de ‘Já que vamos a Lisboa, podíamos passar uns dias em Santo André, que achas?’. E outro ‘ai’ foi o tempo que demorou a decisão do ‘Acho bem!’.
O nosso primeiro destino de viagem foi, então, Lisboa. Ou melhor, a casa dos nossos amigos, no Restelo. Há muito tempo que não vínhamos até à capital. Até porque detesto andar de carro nas ruas de Lisboa. Perco-me, quase sempre. E foi o que nos aconteceu hoje, apesar da ‘dica’ da minha mulher ‘Na 2ª Circular, temos de sair para Belém’. Até chegar e depois continuar pela 2ª Circular, tudo bem. Mas, depois, é que ‘foram elas’, o raio da saída para Belém não aparecia, olhávamos para todas as placas indicativas de direcção e… nada! E, quando nos demos conta, já íamos no IC19 a caminho de Sintra. Altura para pedir ajuda aos nossos amigos, via telemóvel. Inversão de marcha, no sítio permitido, de volta à 2ª Circular. Mesmo assim, já com o ‘nervoso miudinho’ a funcionar, novamente fora do rumo certo. E, em tudo isto, desde a entrada na capital, já tinham passado mais de três quartos de hora. Tempo perdido, a ir para lá e voltar para cá. Saímos daquela via e paramos, a tentar assentar ideias. Nessa altura, passou por nós um carro da polícia e estacionou uns metros à frente. Saí do carro e dirigi-me aos polícias, pedindo-lhes uma orientação quanto ao trajecto que deveria seguir. Então, o polícia que estava ao volante disse-me: ‘Venha atrás de nós, nós levamo-lo lá.’ E foi assim que, pela primeira vez na vida e durante dez minutos, tivemos escolta policial. Tudo numa ‘boa’, sem chatices. E, depois de escoltados até perto do Palácio de Belém, foi então fácil seguirmos para a zona do Restelo.
E lá chegámos a casa dos nossos amigos. Foi tempo, então, de nos rirmos de mais esta ‘condução’ em Lisboa. E foi também tempo de ficarmos a saber que o trajecto certo teria sido: na 2ª Circular apanhar a auto-estrada para Cascais e, então sim, encontrar a saída para Belém até chegarmos ao Restelo.
Da próxima vez que lá voltar, espero lembrar-me!...
tretas -> ardis, manhas; palavreados; lérias; palanfrórios; e coisas sem importância [algumas vezes com...]