segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Estou cá c’uma pedrada!...


Pedras e pedradas, conta-se à boca cheia a história verídica, ou não, daquele fulano que ia pela rua fora, noite feita, às tantas vê um tipo com uma pedra na mão, a bater na própria cabeça... toc... toc..., então perguntou-lhe, ó pá que estás a fazer? o outro respondeu-lhe com um sotaque de quem é tripeiro, nascido e criado na Ribeira, ó meu num me digas nada, estou cá c’uma pedrada!... o nosso fulano lá foi rua abaixo e passados alguns metros topou um outro gajo com uma pedra em cada mão e também a bater na cabeça... toc, toc...toc, toc..., um pouco a medo o nosso personagem fez a pergunta, ó pá o que é isso? resposta do outro, ainda mais tripeiro do que o primeiro, ó meu num bês que tou c’uma oberdose? o nosso herói continuou rua fora e, mais adiante, viu um sujeito sentado no vão de um portal e um monte de pedras ao lado, um bocado receoso o nosso homem interrogou, ó pá o que estás aí a fazer? o outro olhou para o lado de cima da rua, olhou para baixo e depois disse em surdina, ó meu entom num tás a ber que tou a traficar...


Nota: Texto escrito em Dezembro/1996