quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Afinal, qual era o teu rumo?





Há tempos larguei-te das amarras que ainda te prendiam a mim. Fi-lo com a convicção que isso seria o melhor para ti e que também seria esse o teu desejo para te lançares afoitamente no teu rumo de vida e nos sonhos que idealizavas todos os dias.

Penso que errei. É que hoje, durante umas voltas pela margem que fizeste como tua, acabei por encontrar-te fora do teu meio natural e, portanto, sem rumo e, sei lá!, quase sem vida.

Ao ver-te ali, quase inerte em doca seca, a tristeza invadiu-me de modo muito intenso. Nem por sombras dos meus pensamentos mais pessimistas poderia esperar que o teu caminhar para a foz, que almejas há tanto tempo, fosse interrompido dessa forma e nesta altura da tua vida. Não te questionei acerca do que se passou contigo para teres chegado a essa situação. Não tive coragem, confesso! Achei que seria constrangedor para ambos abordar esse assunto.

E, por isso, prefiro ficar apenas com esta dor das dúvidas. Que dói bastante, admito!

Um dia, daqui a alguns meses, ou anos, quem sabe?, hei-de voltar à margem onde idealizaste concretizar os teus sonhos. E, se não te encontrar nesse sítio de desterro ou de quase morte, hei-de perguntar por ti, prometo! Hei-de querer saber o que foi feito de ti. Hei-de querer saber que não fizeram de ti tábuas para algum caixão. E também hei-de querer saber que foste feliz.




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