sábado, 6 de agosto de 2011

Olho-te...


Olho-te daqui, de um pouco acima do areal. E tu estás lá longe, para além dessas rochas, numa imensidão de azul até ao outro lado do mundo.

Por vezes, venho até aqui nas minhas corridas pelo passadiço, mas nem me atrevo a parar. É que nos últimos dias tenho-te visto sombrio e com cara de poucos amigos, enrolado em ondas ruidosas a despedaçarem-se contra as rochas, essas mesmo que tens aí junto de ti.

Mas hoje parei aqui, a observar-te. Olho-te bem, com um olhar sereno, com a calma que as tuas ondas me transmitem.

E a imagem que vou levar de ti é nítida, não vai desfocada, pois a janela não tem vidraça, apenas um caixilho feito de troncos e cordas.



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