domingo, 14 de agosto de 2011

É tal e qual…



Hoje de tarde foi inaugurada mais uma galeria de arte. Com vários motivos de interesse para uma ida até ao novo espaço, o que estava a atrair mais pessoas era a exposição de fotografia de autores desconhecidos.

Das dezenas de fotos expostas, uma delas chamava mais a atenção dos visitantes e suscitava comentários de natureza diversa.

Uma das mulheres presentes, já conhecida no meio como a Ti Micas, que aparentava andar pelos setenta e poucos anos, pouco elegante no porte e espalhafatosa no modo de vestir e na quantidade de jóias que ostentava, dizia em surdina para a amiga ao seu lado:
- Ai, credo! É tal e qual o do meu falecido Jaquim, carago!

Uma outra visitante, chegada há pouco aos quarenta anos e com atitudes de executiva habituada ao sucesso, vestida com um casaco e uma saia que lhe acentuavam as linhas elegantes do corpo, estava acompanhada por duas amigas. Ao ser censurada por elas por falar demasiado e pelos cotovelos, em toada de resposta e com voz um pouco irritada, dizia-lhes:
- O quê? Tanto falo e… não escutais o que eu digo?





Notas:
1.- A Ti Micas era viúva do Ti Manel Correia, que em vida tinha sido um abastado industrial de aguardentes vinícolas e que, na sua actividade, utilizava vários alambiques idênticos ao que a foto mostra em parte [pode não parecer, mas, de facto, trata-se de um alambique].
2.- A respeito da executiva, de quem não sei o nome nem o número do telemóvel, diz-se que é uma mulher que utiliza muitos trocadilhos no seu modo de comunicar com os amigos.
3.- Se este post for considerado uma porcaria, por alguém que tiver a pouca sorte de vir até este sítio, desde já expresso a minha concordância e remeto as culpas da falta de inspiração para o estado do tempo de hoje, com um céu cinzento e a ameaçar chuva [moral disto: a culpa nunca é minha e é costume morrer solteira... eheheh].

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