segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Bom ano 2008


Presépios [6] - versão 2007


Hoje o pessoal cá de casa chamou a minha atenção para o facto de faltar a publicação de um presépio. Fui verificar a pertinência da 'reclamação' e o que constatei foi o seguinte: em Janeiro passado foi publicado o presépio [6] sem pintura e, entretanto, a 'artista' residente deu-lhe um toque pessoal nos últimos meses.

É a versão do Natal 2007 daquele presépio que se regista aqui:



Nota: Presépio em barro, pintado, composto por cinco peças.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Prenda de Natal


Não tenho por hábito dar à estampa no blogue as prendas que recebo pelo Natal [também, e para pôr os pontos nos ii, não houve muitas oportunidades para isso, pois esta é a segunda quadra natalícia que este blogue 'vive' e na primeira não tinha um mês sequer, ainda andava de 'fraldas'...]. Mas, como quase todas as regras, a minha também abre aqui uma excepção.

E porquê? Porque acho que devo partilhar convosco parte de uma das prendas que recebi na noite do passado dia 24. E a minha partilha representa duas das quatro partes em que dividi o conjunto da prenda.

E essas partes são as seguintes:
1.- a caixa de cartão prensado, de cor preta, com um rótulo autocolante de 10x30 cm, no lado de cima, onde se lê Douro Sabores, que acondicionou [e ainda acondiciona] o contéudo principal da prenda;
2.- a frase, que se pode ler na continuação do rótulo para a outra face da caixa, a fechá-la;
3.- o conteúdo propriamente dito;
4.- a ementa que está afixada no interior da caixa.

Aqui fica o registo fotográfico do conjunto:


Agora, é chegado o momento de 'dividir' convosco o que acima está descrito.

E começo a partilha com a 2ª parte. A tal frase é esta:

"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original"
Albert Einstein

Continuo com a 4ª parte, cujo título é:

"Ameixas em vinhos recheadas com nozes"

Ingredientes:
20 cl de vinho tinto
20 cl de vinho do Porto
3 cl de vinagre
250 gr de ameixas secas
250 gr de nozes
4 colheres de sopa de frutose
1 pau de canela
1 cravinho
1 pitada de pimenta da Jamaica moída
1/2 colher de café de gengibre em pó
1 raspinha de noz moscada
1 casquinha de limão

Com uma faca fazer um golpe nas ameixas e retirar o caroço.
No lugar do caroço colocar as nozes previamente descascadas, recheando assim as ameixas (meia noz para cada ameixa). Reservar.

Ferver em lume brando os restantes ingredientes durante 30 minutos para que evapore a maior parte do álcool.

Ferver os frascos durante 20 minutos aproximadamente.
Colocar as ameixas dentro dos frascos e encher com a calda até que todas as ameixas fiquem cobertas.

Fechar os frascos ainda quentes e pôr a ferver em banho-maria durante 5 minutos.
Retirar do lume e deixar arrefecer.

Pode ser saboreado a partir do dia seguinte. Ainda assim, após um mês no frasco todos os sabores e aromas estarão melhor combinados.
Pode guardar-se durante cerca de um ano num local fresco.

É um excelente acompanhamento para um gelado de limão, Vinho do Porto Vintage ou prato de carne assada... a imaginação é o limite...

Bom apetite!


E, pronto, fico 'apenas' com a caixa e o recheio da mesma [que, posso assegurar-vos, contem todos os ingredientes para a execução daquela receita]. Prometo que vou tentar seguir com toda a atenção aquelas instruções, com a ajuda indispensável da minha 'outra' metade, e depois, já 2008, digo-vos o resultado, ok?

Antes de terminar, aqui fica o: obrigado, 'senhor' filho!

Nota: Sem qualquer interesse da minha parte, e publicidade à parte, deixo a seguir o contacto da empresa 'criadora' daquele conteúdo:
Quinta de Tourais
5100-424 CAMBRES
q.tourais@gmail.com

sábado, 29 de dezembro de 2007

Presépios [12]


Há três dias escrevi aqui que tinha terminado a apresentação dos presépios cá de casa, mas acrescentei na altura um "até hoje...". E ainda bem que me preveni com aquela ressalva, dado que há a registar mais um presépio que comprei hoje ao fim da tarde para a colecção cá de casa.

Aqui estão quatro fotos do presépio, em 'ambientes' diferentes:






Notas:
1.- O presépio é de barro, policromado, da autoria de Olides Leça, cuja página pode ser consultada aqui.
2.- À autora do presépio, se aqui vier, faço um pedido e fico desde já grato pela resposta, dado que não sou um 'expert' nestas coisas do barro: a informação 'técnica', indicada na nota anterior, acerca do trabalho está correcta?
3.-Não posso deixar de referir que descobri os presépios da Olides Leça através de uma 'dica' da pin gente para ver o seu 'post' de 23/10/2007.
4.- Do conjunto de quinze fotos que fiz do presépio [vantagens da fotografia digital...sempre!], decidi publicar aquelas quatro, dado que, após várias apreciações, não consegui decidir-me apenas por uma [desvantagens da fotografia digital...às vezes!]. Daí que, a quem aqui vier e pretenda deixar o seu comentário, faço também um pedido: qual das fotos achas 'mais' conseguida?

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Dez anos!


Dez anos! Hoje a Sara celebra o 10º aniversário. São 'duas mãos' de anos, como ontem dizia o irmão, o Tiago.

É a primeira vez que a Sara faz dez anos. É a primeira vez que vai utilizar dois dígitos para indicar a idade nos formulários, quer seja para a matrícula da escola, para a subscrição gratuita da revista do Rik&Rok ou para a inscrição nas aulas de dança ou de natação. E não voltará a celebrar os dez anos. É, portanto, um dia especial.

E se é especial para a Sara, também é especial para os pais, dado que entraram nessa responsabilidade pela primeira vez há dez anos atrás.

Nasceu por volta das oito horas da noite. Mas fez a mãe esperar durante algumas horas, na sala de partos, antes de se dar a conhecer. E fez-nos, ao pai e aos avós, aguardar as mesmas horas, na sala de espera da maternidade. Mas foi uma espera bonita. Por uma filha bonita! E por uma neta também bonita!

E Sarita, por agora e neste blogue, resta-me dizer-te, com um beijinho muito grande, quais são os maiores desejos do pessoal cá de casa, a Inha e eu: tudo de bom da vida para ti, neste dia e... sempre, claro! E muitos parabéns!!!


quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O cantinho dos pequeninos


Cá em casa a opção foi, desde sempre, ter apenas um televisor. Mas ultimamente têm-se agudizado umas 'guerras' entre os miúdos e os graúdos quanto aos programas de televisão a ver.

Começou já há algum tempo com a Sara a querer ligar ao Panda ou ao Disney, nas alturas em que eu pretendia ver ténis na Eurosport.

Mais recentemente, é o Tiago a fazer equipa com a irmã para verem os desenhos animados daqueles canais ou a querer ver os filmes do Noddy, a minha mulher a reivindicar a ligação ao Sic Mulher ou ao People+Arts e eu a 'ver navios', sem notícias da EuroNews, sem ténis ou sem futebol.

Pensando nisto tudo, e também no facto de a Francisca já manifestar desejos de se ligar aos primos no 'team' dos miúdos, a comissão de gestão decidiu alterar os estatutos cá de casa para permitir a entrada de um televisor de 38 cm e de outro leitor de DVD, de modo a evitar ou reduzir as ditas 'guerras'. Ao mesmo tempo, também resolveu dar um novo arranjo 'urbanístico' ao armazenamento dos brinquedos.

E, assim, há algumas semanas foi inaugurado o novo cantinho dos pequeninos. Aqui fica o registo do espaço.

Olá miúdos, bora lá brincar!

Presépios (11)



Este presépio foi o penúltimo a ser adquirido, no mês passado, em gesso branco.



E é apresentado depois do nº 10 visto que o 'look' actual apenas foi acabado há dias cá em casa, com tintas acrílicas.



Com este 'post' termina a apresentação dos presépios existentes cá de casa [até hoje...].

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Conto de Natal


Ainda não são oito horas da manhã e os miúdos já estão a pé, mais cedo do que é costume. O rapaz tem quatro anos feitos há poucos dias e a irmã está quase a fazer dois. Mal se levantam vão logo à cozinha, onde na noite anterior, depois da consoada, foram pôr os seus sapatitos em cima do fogão.

Os pais, ainda jovens à roda dos trinta e poucos anos, de origens humildes, estão ali ao lado, despertos, a observá-los. E sorriem entre eles, cúmplices, ao repararem nas caras de contentes dos filhos ao descobrirem o que o Pai Natal lhes tinha trazido durante a noite.

A miúda, de pé, embala nos braços pequenos uma boneca simples, vestida com um camisa e uma saia comprida, ambas de chita, enquanto o irmão, sentado no chão, empurra com as mãos uma camioneta de caixa aberta, de madeira, pintada com cores garridas.

Os miúdos não fazem ideia que os pais, nos últimos dois meses, tiveram uma preocupação a mais para, quase todos os dias, pouparem uns tostões de modo a conseguirem comprar aqueles dois brinquedos simples, na loja lá da rua. E também não sabem que os pais, naquele momento, sentem-se compensados daquele sacrifício diário pelo contentamento que notam nos rostos e nas atitudes dos filhos e que isso os torna ainda mais unidos.

Na altura ninguém sabe quando é que a boneca irá ficar sem braços ou sem pernas, pois pode aguentar intacta uns dias ou até uns meses.

Na altura também ninguém pode adivinhar que, daqui a algumas semanas, o miúdo irá brincar para a rua, a caminhar às arrecuas entretido a puxar a camioneta de madeira presa por uma corda, até se precipitar numa abertura de acesso aos esgotos, que os funcionários das águas e saneamento deixaram sem tampa e sem resguardo durante os trabalhos de limpeza lá no fundo.

E não havendo o dom de prever o futuro, naquele momento o que interessa, numa casa onde os recursos são poucos, é aproveitar a quadra do Natal, pois não é todos os dias que há brinquedos novos para as crianças e almoço de ‘roupa velha’, com sobremesa de aletria e rabanadas.


Nota:
O miúdo de quatro anos do conto sou eu. E se, passados quase sessenta anos, hoje estou aqui a escrever estas linhas, escorreito e com saúde, foi graças à conjugação de duas situações de sorte, que muitas vezes me foram recordadas pelos meus pais:
- uma, o facto de ter caído de pé, perpendicular ao chão, a quatro ou cinco metros lá no fundo, e sem ter tocado nos degraus de ferro implantados na parede interior do acesso;
- outra, o facto de ir a passar ali um elemento da Guarda Republicana que, apercebendo-se do que tinha acontecido, desceu logo por aqueles degraus e foi-me resgatar lá ao fundo, que naquela altura estava seco pois decorriam trabalhos de limpeza.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Não vai, não, isso garanto eu!



Eu sabia. Por isso esperei. E este não vai sair pela porta de entrada. Não vai, não, isso garanto eu!



Nota: Fabrico próprio da "Confeitar+Inha" cá para o 'egas' [eheheh].

Árvore de Natal


De acordo com um estudo realizado pela conceituada empresa multinacional Nandokimedia, durante o qual foram contactadas por telefone centenas de milhar de pessoas de ambos sexos, chegou-se à conclusão que os consumidores de imagens estão ansiosos por deitar os mirones à famosa árvore de Natal cá de casa.

Assim, para satisfazer essa curiosidade, este blogue tem o grato prazer de apresentar, pela primeiríssima vez e em estreia mundial, a foto daquele objecto de 'culto'... artístico, claro!




Nota: O administrador deste blogue informa que, este ano, a decoração da árvore de Natal não teve a participação da especialista nesta área. De facto, a 'nossa' Sara, logo após as férias escolares, teve de viajar até ao centro do país para satisfazer outros compromissos. Mas, em breve, estará de regresso para ser protagonista de um grande acontecimento na cidade e arredores. A seguir, com atenção, os próximos 'noticiários'...

Por outro lado, devido à ocupação 'ilegal' [por parte dos 'piquenos' - informação que será dada com mais pormenor noutro 'post'] do espaço habitual de exibição da dita árvore, a 'empresa' responsável pela montagem do evento [não, não foi a mesma daquela que está nos Aliados...] teve de aproveitar da melhor maneira a área próxima e, por via disso, houve que reduzir as medidas da árvore de Natal, de modo a enquadrá-la correctamente no meio ambiente circundante [diga-se, em abono da verdade, que isto até nem foi muito difícil, dado que a dita está concebida num pinheiro ['natural' da serra da Agrela (?)...] com manual de intruções para montar em uma, duas ou três secções [agora foram utilizadas apenas duas secções, tendo a restante regressado ao armazém da 'empresa' - leia-se garagem].

PS: Depois de ler as linhas acima [do texto principal e da nota], fiquei com a sensação de estar perante 'paleio' de políticos. "Muita parra e pouca uva"... Por isso, acrescentei ao 'post' uma terceira etiqueta, a saber: "parvoeiras do tretas". Nem mais...

Presépios (10)


Faz amanhã um ano que iniciei uma série de 'posts' a respeito dos presépios cá de casa. Hoje vou retomá-la com a foto de um presépio adquirido no princípio deste mês.

E do mesmo modo que fiz há um ano, apesar de não ter obtido resposta, lanço aqui de novo o repto da altura, socorrendo-me para isso das mesmas palavras que escrevi: certamente cada um de vós tem um ou mais presépios em casa e, então, partindo desse pressuposto, por que não publicais as suas fotos nos vossos blogues? De que estais à espera?... Mãos à obra!... E, já agora, também vos peço isto: dai-me conhecimento dos vossos 'posts' de presépios para ter o prazer de os ir admirar, ok?






Nota: Presépio executado em tecido de feltro, com a particularidade de cada figura poder ser colocada nos dedos e, desse modo, ser manuseada como marioneta.

... e eu a vê-los passar!


Sei que não deveria ser eu a publicitá-los(*), porque não fui eu que os fiz.

Sei também que quem os vai levar são pessoas amigas e, portanto, bem merecedoras de os 'a-proveitar'... [bom proveito!].

Sei ainda que, hoje ou talvez amanhã, outro exemplar será recolhido da gaveta do forno e que não vai depois sair pela porta da entrada... [não vai, não, isso garanto eu!].

Mas, guloso como sou, ao vê-los ali, tão atractivos com a cobertura de açúcar em pó, não resisti a, pelo menos, registá-los assim




e a pensar para os meus botões, como um anúncio antigo da Citröen:

"... e eu a vê-los passar!"


(*)
- Toucinhos do céu, fabrico próprio da "Confeitar+Inha" [eheheh].
- Aos eventuais interessados, informa-se que não é possível aceitar mais encomendas, dado que a capacidade máxima de produção já está toda tomada até ao Dia de Reis.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Natal 2007











Ponte D. Luís I
2006
Inha Almeida

Aguarela
28x41 cm



FELIZ NATAL e BOM ANO 2008


São os meus votos para quem vier até aqui. Sem excepções. Apenas com inclusões [porque a amizade, mesmo virtual, tem sempre lugar para mais um...].


Fernando Oliveira

[português, 60+2 anos, tripeiro e... portista, carago!]

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Postal de Natal


A mulher está sentada no chão, no passeio largo. Debaixo de si tem uma manta velha, para se proteger do frio do cimento e do fim do Outono. As roupas que tem sobre o corpo são escuras, já muito gastas pelo uso. Logo atrás dela, a parede em pedra, escurecida pelo tempo, de um edifício que iguala em altura todos os outros à sua volta. Umas dezenas de metros para a sua esquerda situam-se uma cafetaria e chocolataria da Farggi e um dos restaurantes da cadeia Hard Rock Café, e ao redor da praça há outras lojas de marcas conhecidas em quase todo o mundo.

Aquela mulher não tem a metade inferior das duas pernas, notam-se bem as cicatrizes da amputação, em ambos os ‘cotos’, na zona onde antes estariam os joelhos. Tem o tronco um pouco inclinado para a frente, a cabeça cabisbaixa, o braço direito estendido em direcção a quem passa, a palma da mão virada para cima em forma de concha. Está a pedir, mas não fala.

Quase defronte da pedinte, à distância de dois passos, estão dois miúdos asiáticos, de sete ou oito anos. Vestem roupas adequadas para a época do ano e trazem mochilas às costas. Estão parados, também não falam, apenas olham a mulher. E continuam naquela posição de expectadores, durante vários minutos.

O que levou aquelas duas crianças a ficarem ali, especadas, a observar?... Terá sido a deficiência física da mulher? Ou a sua atitude de pedinte? Ou ambas as coisas?... E em que pensam, enquanto olham?


Nota: Surpreendi este postal de Natal na Plaça de Catalunya, em Barcelona, quase ao findar a tarde de hoje, 6ª feira. Mas idêntico instantâneo poderia ser obtido em qualquer outro lado do mundo e em qualquer outra altura do ano. Porque o Natal também é feito de coisas menos boas. Porque o Natal é sempre que os homens querem. Quase sempre mal!...

Barcelona, 14/12/2007

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Filme: “Surpresa!”

Aerporto do Porto, piso superior, zona das partidas.

São 10 horas da manhã. Várias pessoas da equipa de filmagens afadigam-se a montar o equipamento. Num canto, vêm-se as técnicas da maquilhagem a darem os últimos retoques nas caras dos actores.

11 horas. O realizador de megafone na mão, empoleirado junto do camera-man, grita:
- Atenção, todos aos seus pontos de marcação.

E logo depois o assistente, com a claquete na mão, avisa:
- Filme “Surpresa!”, cena 473, take 1… acção!

Ouve-se, nos altifalantes do aeroporto, uma voz feminina, doce:
- Senhores passageiros do voo XG1062 da Clikair, com destino a Barcelona, é favor dirigirem-se à porta de embarque 33.

Os actores ‘principais’ do filme encaminham-se primeiro para a zona de controle de passageiros e depois para a porta de embarque.

O avião já está na pista há alguns minutos. As operações habituais, de fornecimento de combustível e de carga das bagagens, estão terminadas. Os últimos passageiros já entraram. A manga foi agora recolhida.

11:35 hora local. O avião começa a deslocar-se lentamente e toma posição na pista, rumo ao norte. Pára alguns segundos. E, depois, ouve-se o ruído forte das turbinas dos motores a aumentar de rotação, o avião corre na pista e, de repente… está no ar.

Até Barcelona!


Nota do realizador: os actores ‘principais’ [eu e a minha mulher] vamos até Barcelona para fazer uma SURPRESA ao meu filho.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Versos da... neta

Nos últimos tempos, a minha netita mais velha, que tem 9 anos, quando vem cá para casa pede por vezes para a deixar utilizar uma máquina de escrever que anda arrumada ali para um canto.

A máquina foi-me dada pelos meus pais já lá vão mais de 40 anos. Trata-se de uma Olivetti Lettera32 e, apesar de agora necessitar de ser limpa e lubrificada, ainda trabalha mais ou menos bem. E a neta gosta imenso de escrever com a máquina, mas nessas alturas há um problemazito: ela gasta quase meia resma de papel... [passe o exagero, claro!].

Pois, e isto é que interessa e que me leva a escrever este texto, há uma semana a neta escreveu uns pequenos versos numa folha A4, com o título Uma abelinha e disse-me que podia publicá-los no meu blogue.

Ora, acontece que ando há vários meses a sugerir-lhe para ela escrever textos acerca de temas diversos [como a Páscoa, as férias de Verão, a nova escola (está agora no 5º ano), ou de outra coisa qualquer que goste] e colocá-los no blogue dela, isto é, no tralhas. E por isso, como não o tem feito, voltei a lembrar-lhe essa questão. Mas não quis. Insistiu que os versos eram para o meu blogue. Manias da... neta!

Mas, por eu entender que o lugar certo para aqueles versos é no dito tralhas, houve uma pequena 'traição' da minha parte e publiquei-os lá hoje à noite.

A quem aqui vier e quiser dar lá uma espreitadela e uma palavrinha para a promessa de 'poetisa', o link está aqui no texto.

À neta, do avô de 2ª, um grande beijinho.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O 1º aniversário do ‘tretas’

Foi há um ano que este blogue apareceu aqui pela primeira vez. Ainda é um bébé e apenas sabe gatinhar…. E, claro!, tem direito a apagar uma velinha. Vá lá, blogue, sopra aí!...


Deu-me muito gozo publicar cada um dos ‘posts’ que fazem parte deste blogue. Bem ou mal, textos e fotos foram aparecendo aqui ao sabor do meu gosto e da minha disposição. Desde algumas coisas de família até aos encontros com amigos, das minhas parvoeiras às tretas do ténis, desde certas lembranças de tempos passados até situações vividas durante este último ano.

Este espaço tem algo de cada um de vós, visitantes deste primeiro ano. Uns que vieram cá dar apenas uma espreitadela, outros que deixaram aqui os seus comentários. A todos vós agradeço pela disponibilidade do vosso tempo e, em particular a estes últimos, também pela vossa simpatia.

Termino este ‘post’ por aqui.


Fernando Oliveira

[português, 60+1 anos, tripeiro e… portista, carago!]

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Frase sábia

"Se queres prever o futuro, estuda o passado."


Confúcio

Pensador chinês (551 a.C. - 479 a.C.)

Greve e… senha de almoço

Lá vamos os dois, a neta de 9 anos e eu, a caminho da escola. Chegámos ainda faltavam cerca de vinte minutos para as dez da manhã.

A neta vai para as aulas do 5º ano, entre as dez e um quarto e a hora do almoço vai ter três disciplinas: Ciências da Natureza, Matemática e Estudo Acompanhado. Da parte de tarde, terá Educação Física e Educação Visual e Tecnológica. Eu vou à escola para esclarecer uma eventual consequência da greve da 6ª feira passada.

Isto porque a neta comprou no dia anterior àquele uma senha de almoço e como, por causa da greve não houve aulas e a escola esteve encerrada, disseram-lhe que a referida senha ficaria sem validade, além de que, depois, ao adquirir uma no próprio dia para a refeição de hoje, teria de pagar a multa estabelecida para estes casos. Para os cá de casa pareceu-nos que, das duas uma, ou a netita não teria entendido bem o que lhe disseram ou então estaríamos perante uma atitue incorrecta, absurda mesmo, dos responsáveis da escola. Por isso, fui incumbido [por mim próprio, claro!…] de averiguar o que realmente teria sido determinado para a situação em causa.

Mal entrámos no espaço da escola, e após ter dito ao responsável da portaria ao que ia, logo ele apontou para um aviso colado na janela. E pronto, estava ali esclarecida uma parte da questão: as senhas compradas no dia 30/11 poderiam ser utilizadas num dia desta semana, sendo necessário apenas dar uma indicação prévia à responsável da cozinha.

Faltava averiguar o tal problema da multa, devida por aquisição de senha no próprio dia da refeição, e acerca da qual o referido aviso nada adiantava.

Dirigimo-nos para isso ao local de venda das senhas. Colocámo-nos no fim da fila, onde já estavam cerca de uma dúzia de miúdas e miúdos da idade da neta. Os minutos foram passando e o atendimento avançava devagar. A funcionária, creio eu, teria de estar atenta aos pedidos dos alunos, aos registos dos mapas das refeições por dias e ao recebimento dos euros, e com isso os minutos não paravam…

E mais minutos continuavam a passar… Até que, depois de ter-se ouvido um toque [para o fim das aulas das nove horas, deduzi eu e confirmou a neta], houve uma ‘invasão’ daquele espaço. Foram cerca de três dezenas de alunos que chegaram, alguns com idade idêntica à da neta, outros com mais corpo e mais ‘velhos’. E se os primeiros entraram na fila de forma correcta, a maioria dos restantes posicionaram-se à frente, afastando assim da possibilidade de serem atendidos na vez a que tinham direito aqueles alunos que já lá estavam à espera há vários minutos.

A atitude dos alunos mais ‘velhos’, levou-me a argumentar que deveria haver uma fila ordenada e a funcionária, agarrada aos seus registos e à máquina registadora
- Pois devia haver, devia…
e ainda recomendei a alguns dos mais ‘velhos’ para se posicionarem no fim da fila, mas cada um deles a pensar para dentro
- Tá queto, ó cota, tás a falar comigo?...
mas não arredaram pé do sítio e continuaram a pressionar os mais pequenos cada vez mais para trás, a neta que na altura da invasão estava na sétima posição passou de repente a ter mais de quinze alunos à sua frente, e os minutos sempre a andar, a fila a despachar devagar, a hora de entrada para as aulas das dez e um quarto a aproximar-se, o rosto da neta a ficar aflito, e este avô de 2ª a caminhar para perto do guichet, a meter-se no meio dos mais ‘velhos’, e a chamar pela netita
- Anda cá que vais ser já atendida.
e logo pouco depois estava a funcionária a cobrar à neta o custo normal de cada senha, sem multa.

Mas não cheguei a determinar se a neta percebeu bem o que lhe teriam dito a respeito da validade das senhas. O que sei é que houve bom senso por parte dos responsáveis da escola na solução encontrada. E, afinal, outra coisa não seria de esperar, tendo em conta o que estava em jogo.


Nota [do avô de 2ª]:
A vós, miúdos mais pequenos a quem a minha neta ‘ultrapassou’ na fila, quero dizer-vos isto: a culpa foi minha! Perdoais-me?

domingo, 2 de dezembro de 2007

Chegou o Pai Natal!



Chegou ontem, a meio da tarde, ao Dolce Vita do Porto. Chegou vindo dos céus, instalado num balão de ar quente.

Balão de ar quente, estais a ver?... Quem imaginaria isto há alguns anos, no tempo em que o Pai Natal chegava de trenó puxado por renas! A tradição já não é o que era…

O neto de três anos [que tinha ido lá apenas para ver o repuxo de água subir, subir… subir quase até ao tecto, e depois brincar no escorrega do parque] também foi uma das testemunhas da chegada do Pai Natal. E logo o neto, do alto do seu metro e pouco, ao vê-lo de longe, disse:

- Não pa'ece o Pai Natal, é muito pequenino!


sábado, 1 de dezembro de 2007

Curta-viagem de... pensamentos


Ena! já passa das oito meia e ainda falta tomar o pequeno almoço, carago! assim nunca mais chego à fábrica às nove, isto é uma chuchadeira crónica, até parece praga que me rogaram para não me levantar mais cedo, agora tenho de apressar-me, nem me sento à mesa, em vez das bolachas de weetabix com açúcar e mel vou tomar apenas um copo de leite meio gordo, okay agora passo a escova pelos dentes, falta pegar a carteira dos documentos e as chaves do carro de cima da mesinha de cabeceira, ainda tenho de ir ao escritório buscar a pasta, espera aí... já me despedi? nem sei bem, todas as manhãs a ‘chapa’ é sempre igual, um beijinho, até logo, telefona-me depois, ciao! ciao!... não devo bater a porta com força, além de indício de pouca educação acordaria o pessoal do prédio, se calhar para alguns até não seria má ideia, agora escadas abaixo, cuidado! os degraus estão molhados, se ponho mal o pé lá vou eu, a padeira do primeiro direito deixou o saco do pão mais uma vez no chão, mais uns degraus, ah! lá está o jornal do rés-do-chão direito em cima do tapete da entrada, já é costume, deixa lá ver se rasgo o jornal ao abrir a porta da rua...não, ainda não foi desta, qualquer dia perco a paciência e dou-lhe uma naifada, olá! porreiro, está um rico dia de sol, este jardim da frente precisa de ser tratado, paga-se um dinheirão todos os meses para o condomínio e isto está uma merda, a única coisa que funciona ainda é a limpeza das escadas, aos sábados a Luciana vem aí e limpa tudo de alto a baixo, veio há alguns anos de Angola e é deveras simpática, quando me vê pergunta-me sempre a dona Manuela está bem?... oh! carago! lá estou eu outra vez a divagar, tenho de mexer-me mais depressa...

Está uma fila de carros que nunca mais me safo, ainda nem sequer cheguei em frente ao Conde Ferreira, ah! aquele autocarro já arrancou, pode ser que o trânsito siga mais rápido, chatice! agora o sinal passou para vermelho, que faço?... aguento, que remédio!, olá! ali atrás está uma garota jeitosa, parece simpática, tem um golf vermelho com capota preta, que raio está a fazer? tem a cara apontada para o retrovisor interior, ah! já percebi, está a passar a escova do rimel pelas pestanas, com aquele vagar todo se calhar só vai ter tempo para o olho direito, raio de sinal que nunca mais muda, uh! uh! aquele tipo ali à esquerda no bmw 518tdi preto está a meter o dedo no nariz, então ó cavalheiro tenha maneiras, a limpeza dos salões é na hora do duche, às tantas o gajo nem sabe o que é isto de ter maneiras, de ter modos, ah! pois é, há gente que tem muita cagança com o carro, estás a topar? tem ar condicionado automático, tem direcção assistida e jantes de liga leve, etc, mas lá em casa se calhar anda tudo numa chafurdice... ena, finanlmente aí está o verde, eh! pá, já estão a buzinar, quem foi? às tantas foi aquela fulana do rimel, a filha da mãe levantou-se tarde e mal encarada, nem teve tempo para lavar as fuças e agora está cheia de pressa...

Quem vai para sul está tramado, aquele lado da auto-estrada no sentido da ponte da Arrábida é uma chatice, quase todos os dias vejo os carros no pára e arranca que até faz dó, mas deste lado é canja, de manhã passo nas calmas, dentro em pouco estou no túnel... ei! que é isso? esse cabrão do clio verde está a apertar-me, quer entrar nesta faixa, o gajo apareceu do lado esquerdo, de repente, sem dar sinal, guinou para o lado direito, passou por cima do traço contínuo e meteu-se à minha frente, merda! nestas alturas é que deveria aparecer um polícia de trânsito, aquele gajo de certeza que não leu o código de estrada quanto mais estudá-lo, cá para mim o tipo comprou o carro equipado de série e pensa que o pisca-pisca faz parte dos extras... ufa! deixa-me respirar fundo, foi por pouco...

A portagem já está lá ao fundo, o melhor é mudar para a esquerda, a via verde da brisa é que está na berra, passa-se a sessenta sem parar, ainda estou a pensar naquela tipa do golf vermelho, certamente foi ela que me buzinou, o estupor da gaja estava cheia de pressa, por falar nisso, sabes que há uma nova divisão do tempo? até agora o tempo dividia-se em dias, horas, minutos, segundos, micro-segundos e nano-segundos, não é? pois agora também há o pilo-segundo, então não sabes o que é? eu digo-te, é a cagasésima parte de tempo que medeia entre a mudança do semáforo de vermelho para verde e o toque de buzina do filho da puta que está atrás de nós... E com estas e com outras já estou a passar junto da saída de Baltar, como foi que cheguei até aqui? não sei, teria sido com o piloto automático? não me lembro bem, sei que já vou a cento e quarenta naquela descida que aparece logo a seguir à curva para a direita, não posso forçar mais pelo clio senão a carroçaria treme toda, não sei bem onde vou sair, talvez seja melhor a saída de Penafiel, assim evito o trânsito do centro de Paredes...agora saio da portagem, meto pelo novo desvio para Lousada e é um tiro até à entrada da recta de Sequeiros, depois é que é uma gaita, apanho o quase certo râme-râme atrás de camiões até ao centro da vila e... até que enfim! cheguei, lá está o espaço reservado para estacionar o clio... pronto! chegou ao seu termo esta curta-viagem de cinquenta quilómetros do Porto até Lousada.

Curta-viagem é o que está na berra, liga-se o piloto automático, põe-se a caixa dos miolos a desbobinar uns metros de pensamentos, as cenas vão passando... passando... até que, assim como quem não quer a coisa, chega o… Fim!

Nota: Texto escrito em Novembro/1999