quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Coitado?...


Este homem anda um pouco à deriva no seu trajecto de vida. Parece-se como uma tábua de madeira ao sabor do mar encapelado, umas vezes vai na crista das ondas, outras quase se afunda para não mais se ver e outras ainda deixa-se levar até à areia da praia e por lá fica. É também assim que agora vejo este homem: umas vezes, aparece a todo o mundo com cara alegre, cheio de energia, capaz disto e daquilo e, acima de tudo, com vontade de fazer o que mais gosta; outras vezes, refugia-se na sua concha de pensamentos, tal como faz o esquimó dentro do iglô até passar a tempestade de neve; e outras ainda, deixa-se ir com os outros, sem vontade própria, como se fosse um zombie, do género “maria vai com as outras”.

Nos primeiros meses deste ano, verificaram-se várias alterações significativas nas sua vivências. O que, por seu lado, deu origem a outras mudanças nas rotinas do seu dia-a-dia. Creio que tudo isso o afectou no seu íntimo e, assim, acho que muitas das suas atitudes actuais têm de ser consideradas com uma certa dose de cuidado para não magoar ainda mais a pessoa que existe dentro dele. É claro que nem todos os que estão à sua volta se apercebem desta situação e, por via disso, também não sabem o que causou aqueles danos.

Como tenho acompanhado de perto todo o seu percurso, no passado e no presente, penso que vai arregaçar as mangas e ultrapassar a crise interior que o consome e que lhe tem provocado momentos de ansiedade e de mágoa. E, para tal, apenas precisa de um pouco de sorte para encontrar o farol que o queira acompanhar no caminho a seguir.

Mas, entretanto, não posso deixar de ter pena dele, coitado!

- Coitado?... Coitado o tanas!

Ups!... É que sou a consciência deste homem e convenci-me que ele não escutaria os meus pensamentos. Pus-me aqui a bisbilhotar acerca da sua vida e, afinal, ele tem ouvido de tísico…



1 comentário:

Unknown disse...

Farol é o meu segundo nome...